Ministério da Saúde encerra ciclo de reuniões com ministérios envolvidos em comitê para eliminação de doenças socialmente determinadas
Foram realizados encontros com oito ministérios para debater estratégias de eliminação de doenças que acometem populações de maior vulnerabilidade social
A iniciativa da Casa Civil em propor a inclusão das secretarias executivas de cada ministério nas ações do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS) foi o destaque da última reunião, realizada na sexta-feira (25), com o Ministério da Igualdade Racial.
Segundo o diretor do Departamento de HIV/aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Draurio Barreira, a proposta da Casa Civil é “elevar o nível de participação do Comitê, fomentando a presença do CIEDDS nos ministérios”.
Durante o mês de agosto, o CIEDDS realizou encontros também com os ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania; Desenvolvimento Social da Família e Combate à Fome; da Justiça e Segurança Pública; da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Educação; dos Povos Indígenas; da Integração e Desenvolvimento Regional.
Coordenado pelo Ministério da Saúde, o comitê permanecerá em atividade até janeiro de 2030. A meta é eliminar doenças como problema de saúde pública, incluindo doença de Chagas, malária, hepatites virais, tracoma, filariose, esquistossomose, oncocercose e geo-helmintíases.
“Fechamos o ciclo de reuniões com todos os ministérios envolvidos. Houve receptividade em todas as áreas com muitas propostas e perspectivas de trabalho conjunto”, disse Draurio Barreira.
Do Ministério da Saúde, participaram representantes das secretarias de Vigilância em Saúde e Ambiente; de Atenção Primária; de Saúde Indígena; de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde; de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; e de Atenção Especializada. Também representantes da sociedade civil que atuam no enfrentamento à aids, hanseníase, tuberculose, hepatites, doença de Chagas e HTLV.
CIEDS
De forma inédita, nove ministérios se reuniram para elaborar estratégias de eliminação de doenças que acometem, de forma mais intensa, as populações de maior vulnerabilidade social. O Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS) foi instalado no início do mês de junho.
Coordenado pelo Ministério da Saúde, o grupo irá funcionar até janeiro de 2030. Dados da pasta apontam que, entre 2017 e 2021, as doenças determinadas socialmente foram responsáveis pela morte de mais de 59 mil pessoas no Brasil. O plano de trabalho inicial inclui enfrentar 11 dessas enfermidades – como malária, esquistossomose, Doença de Chagas e hepatites virais - além da transmissão vertical da sífilis, hepatite B e do HIV. Essa estratégia está prevista nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
A meta é que a maioria dessas doenças sejam eliminadas como problema de saúde pública – são elas: Doença de Chagas, malária, hepatites virais, tracoma, filariose, esquistossomose, oncorcercose e geo-helmintíases. Para outras enfermidades, como tuberculose, HIV e hanseníase, o objetivo é atingir as metas operacionais de redução e controle propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) até 2030. Já para doenças como HIV, sífilis e hepatite B, a meta é eliminar a transmissão vertical, ou seja, quando a doença é passada de mãe para filho.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defende que a iniciativa é uma ação abraçada por todo o governo federal e, também, uma importante relação entre governo e sociedade civil. “Não é possível pensar o Ministério da Saúde sem abrir essa grande angular, para que nela possa caber um país com tantas desigualdades, mas também com tantas potências, como é o Brasil. Por isso estamos todos juntos. Essa agenda significa a possibilidade de eliminar doenças como problema de saúde pública, algumas, inclusive, históricas. Esse comitê busca reduzir as desigualdades, para que tenhamos, efetivamente, saúde para todos”, acredita.
A instalação do CIEDS é parte da premissa que garantir o acesso apenas ao tratamento em saúde não é suficiente para atingir essas metas. É preciso propor políticas públicas intersetoriais que sejam voltadas para a equidade em saúde e para a redução das desigualdades sociais, fator diretamente ligado às causas do problema.
Por: Ministério da Saúde
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