Meio ambiente

Na abertura dos Diálogos Amazônicos, indígenas apontam desafios da região

Em auditório lotado, cacique Raoni indica demarcação das terras indígenas como prioridade. Ministra Marina Silva (Meio Ambiente) manifesta esperança de que países trabalhem conjuntamente em torno de um modelo de desenvolvimento que propicie sustentabilidade em todas as dimensões

05/08/2023 07:15
Na abertura dos Diálogos Amazônicos, indígenas apontam desafios da região
Foto: Roberta Aline/ MDS

 

Cumprindo o propósito de ter como protagonistas os chamados amazônidas, povos que vivem no território da floresta, os Diálogos Amazônicos deram voz aos indígenas na cerimônia oficial de abertura, na noite desta sexta (4/8), em Belém (PA).

Lideranças como o cacique Raoni, Concita Sompre, da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), e Cléber Karipuna, representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), fizeram discursos potentes apontando os desafios que precisam ser enfrentados para proteção da região e a sobrevivência dos povos.

No evento, que teve apresentação da atriz paraense Dira Paes e rituais indígenas, o cacique Raoni lembrou sua luta histórica em defesa do meio ambiente, pontuou que a destruição levou à situação de emergência climática que o mundo vive e apontou a demarcação de novas terras indígenas como prioridade.

Cléber Caripuna disse que o mundo precisa priorizar a restauração da biodiversidade e dar fim à era do desmatamento, para garantir a vida no planeta e evitar um ponto de não retorno. Segundo ele, os diálogos precisam avançar em propostas concretas para que na COP-30, em novembro de 2025, em Belém, sejam apresentados os resultados das prioridades sinalizadas.

A ministra Marina Silva sinalizou grande expectativa com o encontro que reúne governos, movimentos sociais e entidades da sociedade civil organizada na capital paraense. Num contexto de mudança climática, destruição avançada da floresta e atividades criminosas na região, ela disse, a expectativa é que haja uma declaração conjunta que possa trazer esperança para que os países trabalhem conjuntamente para um modelo de desenvolvimento que propicie a sustentabilidade em todas as dimensões: econômica, social, ambiental, cultural, política, ética e estética.

Povos Indígenas representados na abertura dos Diálogos Amazônicos em Belém, no Pará. Foto: Roberta Aline / MDS
Povos Indígenas representados na abertura dos Diálogos Amazônicos em Belém (PA) | Foto: Roberta Aline/MDS

O prefeito de Belém, Edmilson Filho, e o governador do Pará, Helder Barbalho, destacaram a importância do encontro para a construção de um desenvolvimento sustentável para a região. “Desejamos que os Diálogos possam fazer chegar ao planeta o que nossa gente quer para o presente e o futuro e construir juntos um modelo sustentável para a floresta e nossa gente”, disse o governador, destacando a necessidade de união entre a floresta e seus povos.

O ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) voltou a destacar a importância da retomada do diálogo social para que a vontade da sociedade seja considerada na construção das políticas públicas.

 

Por: Planalto

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