Relações exteriores

Na África do Sul, Lula volta a condenar o que chama de “neocolonialismo verde”

Durante Fórum Empresarial do BRICS, presidente também pediu a união dos países em torno de agendas comuns, como a transição energética e a crise climática

22/08/2023 15:40
Na África do Sul, Lula volta a condenar o que chama de “neocolonialismo verde”
Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a criticar o chamado neocolonialismo verde, nesta terça-feira (22/08). Durante discurso no Fórum Empresarial do BRICS, em Joanesburgo, na África do Sul, Lula citou os pilares do Plano de Transformação Ecológica, ação do Governo Federal contemplada no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e reforçou a necessidade de os países trabalharem em uma agenda comum de combate às desigualdades, à pobreza extrema, à crise climática e transição ecológica.

“Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias, sob o pretexto de proteger o meio ambiente”, declarou o presidente brasileiro. Lula também destacou a importância da retomada das relações do País com o continente africano. “O Brasil e vários países africanos possuem planos abrangentes de renovação de suas matrizes energéticas. Compartilhamos a responsabilidade de cuidar de florestas tropicais e preservar a biodiversidade. Temos em comum a preocupação de combater processos de desertificação”, ressaltou.

Ainda de acordo com Lula, os serviços ambientais e ecossistêmicos que as florestas tropicais fornecem para o mundo devem ser remunerados de forma justa e equitativa. “Os produtos da sociobiodiversidade podem gerar emprego e renda e oferecer alternativas à exploração predatória de recursos naturais. Para que nossa integração econômica e produtiva floresça, será preciso ampliar as conexões entre os dois lados do Atlântico. Esses são os pilares do nosso Plano de Transformação Ecológica”, citou.

O Fórum Empresarial do BRICS, parte da programação da 15ª Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, reuniu uma delegação de empresários brasileiros que buscam ampliar parcerias com os demais países do bloco – África do Sul, Índia, China e Rússia, além do Brasil. A agenda do dia ainda inclui o retiro dos líderes, quando os chefes de Estado e governo do BRICS se reunirão em um recinto privado, acompanhados dos seus ministros de Relações Exteriores, para debater os assuntos da cúpula de forma reservada e mais informal.


Por: Agência Gov


A reprodução é gratuita desde que citada a fonte