Na Câmara, ministra substituta defende direito à memória durante homenagem às vítimas da boate kiss
Ministra substituta dos Direitos Humanos e da Cidadania participou de audiência que lembrou os dez anos do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que provocou a morte de 242 pessoas
A ministra substituta dos Direitos Humanos e da Cidadania, Marina Lacerda, participou, nessa quarta-feira (23/08), de audiência em homenagem às vítimas da boate Kiss. Durante o evento, ocorrido na Câmara dos Deputados em razão dos dez anos da tragédia, a gestora defendeu o direito à memória.
“Ao ouvir os relatos aqui, nos vem um sentimento de dor e perda irreparáveis. A memória, a verdade e a justiça são direitos humanos que abrangem tragédias como essa da boate Kiss. A memória nos faz humanos. O ministro Silvio Almeida diz sempre que todos nós temos direito a envelhecer. Os filhos de vocês não tiveram esse direito e eu sinto muito por isso. Recebam nosso apoio e nossa solidariedade”, disse a ministra substituta após abraçar mães e pais das vítimas da tragédia.
No dia 27 de janeiro de 2013, um incêndio na boate, localizada em Santa Maria (RS), provocou a morte de 242 pessoas. Também presente na audiência, a coordenadora-geral da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Isabel Penido, destacou como o ministério tem trabalhado para que o caso chegue nas instancias internacionais.
“Nós estamos aqui prestando solidariedade e sinalizando nosso compromisso. Uma das questões mais importantes da nossa atuação está no campo das oitivas, de ouvir esses relatos fortes e marcantes para tratar o tema com a seriedade que ele merece. Também é fundamental a presença do Estado, pensando em passos que podem ser dados enquanto o processo segue tramitando nas instancias internacionais”, explicou.
A audiência também foi uma oportunidade de dar voz a pais e mães de vítimas fatais da tragédia em Santa Maria. Flávio Silva, pai de Andrieli Silva, morta na ocasião, definiu o acontecimento como a maior chacina ocorrida no Brasil nos últimos anos. “Tudo que começa errado vai acabar errado. No momento em que empresários julgam que a prevenção é despesa, eles provam que a vida humana pouco importa. Sou pai de uma das vítimas da maior chacina já ocorrida no Brasil nos últimos anos”, disse.
Propositora da iniciativa, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) defendeu medidas de prevenção desde o momento do planejamento de edificações. “Nós temos a vida humana como direito humano mais importante. Então, a prevenção dessas situações em que as pessoas ficam vulneráveis é algo que deve ser encarado desde o momento que se planeja uma cidade, uma indústria, um prédio comercial ou público”, finalizou.
Por: Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC)
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