No RS, Alckmin celebra avanços no uso de combustíveis limpos no Brasil
Ministro participou do anúncio de construção de primeira usina de etanol em grande escala no estado e se reuniu com lideranças empresariais na Fiergs
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, celebrou nesta sexta-feira (04/08) os avanços na ampliação do uso de combustíveis limpos no Brasil — com o aumento crescente da mistura de biodiesel no diesel utilizado no país e a previsão de aumento de 27% para 30% de etanol na gasolina.
Ele esteve na manhã desta sexta-feira na sede da empresa Be8, em Passo Fundo (RS), para o anúncio da construção da primeira usina de etanol em grande escala do Rio Grande do Sul. Participaram do evento o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, o governador do Estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o prefeito de Passo Fundo, Pedro Almeida.
À tarde, Alckmin, Pimenta e o governador se reuniram também com o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e com lideranças empresariais. No encontro, tratou da reforma tributária e de investimentos em infraestrutura.
Transição energética
No evento da Be8, Alckmin lembrou do avanço da política de estímulo à produção de biodiesel, que é prioridade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que prevê a inclusão de um ponto percentual ao ano de biodiesel misturado ao combustível fóssil até chegar a 15% (B15) em 2026.
Atualmente, essa mistura está em 12%. A decisão reforça a estratégia nacional de transição energética e descarbonização da economia, além de oferecer segurança e previsibilidade aos produtores, incentivar a geração de emprego e investimentos na área de biocombustíveis e contribuir para a redução das importações de combustíveis fósseis.
O vice-presidente afirmou que a nova política industrial em elaboração pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) leva em conta a agroindústria.
“Onde temos competitividade? Na agricultura. O Brasil é o maior exportador do mundo de proteína vegetal e animal. É a partir desse agro que temos que industrializar.” O biodiesel, disse ele, é uma grande oportunidade para essa industrialização.
“O biodiesel agrega valor, gera emprego, produz ração, produto médico, glicerina. Uma série de produtos dessa grande indústria. Além de tornar o diesel menos poluente, salvar o meio ambiente e a saúde”, destacou.
Sobre a gasolina, o vice-presidente disse que o Brasil é um exemplo ao ter 27% de etanol misturado ao combustível. “A ideia é passar para 30%. Vamos ter a gasolina mais limpa do mundo, além do carro flex, com etanol e gasolina”.
Mais tarde, durante entrevista coletiva, Alckmin destacou o papel do Brasil no cenário mundial de mudanças climáticas, citando ao compromisso com o desmatamento zero da Amazônia e com a descarbonização do planeta.
“Precisamos agora é ter mercado em carbono regulado”, disse. “Isso é importante e vai impulsionar investimentos. A transição energética vai atrair muito investimento e gerar emprego e desenvolvimento. Um exemplo está aqui: esta é a nova industrialização, vindo ao encontro do combate às mudanças climáticas”.
Ao discursar na cerimônia da B8, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, ressaltou que não existe nenhum debate no mundo hoje que não passe sobre o tema da transição energética.
“Estamos aqui tratando hoje do futuro da humanidade. Da inovação, criatividade, ousadia. Estamos dando um passo adiante, com novos anúncios, novos investimentos, contribuindo para que o Brasil se afirme cada vez mais como protagonista decisivo para este debate no mundo”, concluiu.
Usina de etanol — A B8, atualmente maior produtora de biodiesel da América Latina, anunciou nesta sexta-feira um investimento de R$ 556 milhões para a construção de uma usina produtora de etanol e farelos a partir do processamento de cereais como milho, trigo, triticale, dentre outros.
“Este é mais um passo para ampliar nossa capacidade de produção de biocombustíveis aqui na Região Sul”, afirmou Erasmo Carlos Battistella, presidente da Be8.
Ele também reforçou a importância do investimento em combustíveis limpos como parte do processo de transição energética. “E fazer a transição energética é uma oportunidade de reindustrialização do Brasil”. Battistella defendeu estabilidade, previsibilidade e segurança jurídica para que as empresas continuem investindo em biodiesel. “Essa companhia tem como objetivo liderar a inovação energética e criar um futuro mais sustentável, preservando as origens e a terra. Nós precisamos ter o biodiesel incluído no combustível do futuro.”
Atualmente, o Rio Grande do Sul importa 99% de sua demanda de etanol e a nova fábrica vai suprir 23% dessa necessidade. A unidade processará 1.500 toneladas de cereais por dia para produzir 220 milhões de litros/ano de etanol (anidro ou hidratado) e 155 milhões de toneladas por ano de farelo para a cadeia de proteína animal. Os investimentos serão realizados no segundo semestre de 2024, com previsão de início das operações no segundo semestre de 2025. Com o projeto, a Be8 vai gerar cerca de 150 empregos diretos e 700 indiretos na fase de operação, com 1.000 empregos indiretos na fase de obras.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ressaltou o exemplo de empreendedorismo praticado no estado, a exemplo da B8, “que impulsiona o desenvolvimento econômico da região e, lá na frente, se transforma em PIB e em resultados econômicos.”
O prefeito de Passo Fundo, Pedro Almeida, celebrou o investimento anunciado como um presente para a cidade, que completa 166 anos nos próximos dias. “Nos enche de mais esperança e otimismo para o futuro”.
Para o presidente da Aprobio (Associação de Produtores de Biocombustíveis do Brasil), Francisco Turra, biodiesel é essencial para os 20 bilhões de dólares que entram no Brasil com a exportação de proteína animal brasileira, uma vez que é utilizado na separação do farelo que alimenta os animais. “O biodiesel é a salvação do planeta”, sentenciou.
Farelos — A Be8 também vai oferecer ao mercado o farelo oriundo da produção do etanol. Conhecido como DDGS (Distiller’s Dried Grains with Solubles) ou Grãos Secos de Destilaria com Solúveis (em português), obtido imediatamente após o processo fermentativo de produção de etanol. Esse é um importante coproduto do processo de fermentação de grãos, com grande potencial de utilização para produção de rações animais destinadas à cadeia de produção de alimentos. Serão produzidos 155 mil de toneladas por ano de farelo para a cadeia de proteína animal.
Por: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
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