Presidente manifesta pesar e determina apuração rigorosa da morte da líder quilombola Bernadete Pacífico

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota manifestando pesar e preocupação pelo assassinato de Mãe Bernadete, liderança quilombola assassinada a tiros em Salvador. O presidente também pediu apuração rigorosa do caso. 

>> Confira a nota na íntegra: 

Com pesar e preocupação soube do assassinato de Mãe Bernadete, liderança quilombola assassinada a tiros em Salvador. Bernadete Pacífico foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na cidade de Simões Filho e cobrava justiça pelo assassinato do seu filho, também um líder quilombola. O Governo Federal, por meio dos ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e Cidadania, mandou representantes e aguardamos a investigação rigorosa do caso. Meus sentimentos aos familiares e amigos de Mãe Bernadete.

Luiz Inácio Lula da Silva,
presidente da República

Outros ministérios também divulgaram notas. Veja:

Recebemos com profunda tristeza a informação do assassinato, nesta quinta-feira (17), de Dona Bernadete, liderança do Quilombo Pitanga dos Palmares.

Imediatamente, o ministro Silvio Almeida determinou o envio das equipes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para Simões Filho, na Bahia, para que todas as providências necessárias sejam tomadas.

Que as autoridades consigam com celeridade encontrar os culpados e que esses sejam punidos com o total rigor da Lei.

Nossa solidariedade e apoio aos familiares e à comunidade neste momento de dor.

Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

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É com profunda tristeza e consternação que recebemos, no Ministério das Mulheres, a notícia sobre o brutal assassinato de Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete ou Berna, na noite desta quinta-feira, 17 de agosto.

Liderança da comunidade quilombola Pitanga dos Palmares, do município de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, onde também foi Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Mãe Bernadete foi vítima de racismo religioso, racismo ambiental e de violência políti ca de gênero, que atinge lideranças em espaços de poder e decisão.

É crucial que as autoridades apurem o caso com celeridade. Seu filho Binho também foi assassinado, há seis anos, e Mãe Bernadete lutava pelo esclarecimento do caso. Ambos eram dirigentes da Coordenação Nacional das Comunidades Negras Quilombolas (Conaq).

A equipe do Ministério, representada pela Ouvidoria e pela Secretaria de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, está a caminho de Salvador e integrará a comitiva do governo federal formada pelos Ministérios da Igualdade Racial, da Justiça e Segurança Pública e dos Direitos Hu manos e da Cidadania.

Toda nossa solidariedade à família e à comunidade neste momento de dor.

Ministério das Mulheres

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Recebemos com extrema consternação a notícia que a yalorixá, ex-Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e líder da comunidade quilombola de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, Mãe Bernardete, foi brutalmente assassinada na noite desta quinta-feira (17/08).

Após ter seu terreiro invadido, Mãe Bernardete foi assassinada. É preciso que as investigações sejam feitas com celeridade e com a máxima diligência, já que o assassinato de uma líder religiosa é uma violência contra todo um povo.

O Ministério da Igualdade Racial está em contato com o governo do Estado da Bahia, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Secretaria de Segurança Pública e com a Defensoria Pública do Estado para apurar melhor o caso.

Amanhã (19/08), uma comitiva liderada pelo MIR, junto aos Ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos, irá presencialmente à Bahia para realizar reunião presencial junto aos órgãos do estado e atendimento às vítimas e familiares e para garantir que seja priorizada a proteção e defesa do território.

Em julho deste ano, estivemos em Salvador para o lançamento do Encontros Abre Caminhos pelo Brasil. O Abre Caminhos tem como objetivo produzir diagnóstico junto a Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana sobre o racismo religioso no país e elaborar políticas de enfrentamento ao racismo religioso e para a salvaguarda dos povos de terreiro de matriz africana.

Convocaremos uma reunião extraordinária do GT de Enfrentamento ao Racismo Religioso para que providências sejam tomadas sobre o caso no âmbito interministerial.

O ataque contra terreiros e o assassinato de lideranças religiosas de matriz africana não é pontual. Mãe Bernardete - defensora de direitos humanos, mãe de vítima de violência, política e yalorixá - tinha muitas lutas, e a luta pela liberdade e direitos para todo o povo negro e de terreiro tranversalizava todas.

Que os orixás acolham Mãe Bernardete. Toda a solidariedade aos familiares . E nosso profundo compromisso com todo o povo de axé!

Ministério da Igualdade Racial

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É com profunda tristeza que o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima lamenta o brutal assassinato de Mãe Bernadete, líder quilombola e dos povos tradicionais de matriz africana, mãe e mulher incansável na defesa dos direitos das comunidades negras rurais quilombolas e uma força incalculável na busca por justiça social e ambiental no país.

O assassinato a tiros em sua casa, no município de Simões Filho (BA), região metropolitana de Salvador, escancara a violência contra as mulheres negras e lideranças que estão na vanguarda pela implementação de políticas que buscam a construção de um país justo e democrático.

Mãe Bernadete era coordenadora da CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas) e foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial em Simões Filho. Maria Bernadete Pacífico sempre foi intransigente na busca de justiça pelo assassinato de seu filho, Binho do Quilombo, morto em 2017.

O MMA vem somar esforços com demais órgãos do governo federal na busca por justiça e pela construção de ações imediatas que finalizem com as mortes e ameaças às lideranças da sociedade que lutam por seu direito ao território, no combate ao racismo ambiental e por justiça socioambiental. A ministra Marina Silva, também conselheira do Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais, e a secretária de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, Edel Moraes, se juntarão à ação conjunta com demais ministros em diligência ao território Pitanga dos Palmares na busca por providências urgentes.

Expressamos nossos mais sinceros sentimentos à toda comunidade quilombola do país, especialmente à família, aos amigos e a todos os membros da CONAQ. Que possam encontrar conforto na memória das realizações de Mãe Bernadete, e que sua luta incansável continue a inspirar todos nós a trabalharmos pela justiça e pela igualdade, honrando assim sua memória de maneira significativa.

Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, em nome de toda a equipe do Ministério da Saúde, se solidariza com os familiares e amigos de Mãe Bernadete em sua dor e revolta por esse ato criminoso que atinge toda a comunidade quilombola. “A memória de sua trajetória e a sua importante participação na construção de um Sistema Único de Saúde integral e democrático viverão para sempre e servirão de guia para exigir justiça para os autores desse crime hediondo e justiça social para todos os brasileiros e brasileiras”, afirmou a ministra.

Considerada uma das principais líderes da luta quilombola no país, Mãe Bernadete foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial em Simões Filho (BA), coordenadora Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) e fez parte da RENAFRO (Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde). Ela é mais uma liderança negra que teve a sua vida ceifada pela violência e vítima do racismo estrutural e religioso.

Esse cruel acontecimento tenta apagar a luta das mulheres, em especial das mulheres negras, e também busca reduzir o valor e importância dos conhecimentos dos povos tradicionais na luta em prol do bem-estar e respeito social.

Ministério da Saúde

Por: Agência Gov