Aplicativo da Embrapa vai facilitar o trabalho de produtores orgânicos
Tecnologias, publicações técnicas e listas de insumos permitidos serão algumas das funcionalidades
Um aplicativo desenvolvido que está em fase de teste, mas que deve ser disponibilizado até 2024 para uso público vai facilitar o trabalho de produtores orgânicos brasileiros. Os resultados da pesquisa em andamento foram apresentados por pesquisadores da Embrapa Territorial (Campinas-SP) ao superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em São Paulo, Guilherme Campos. Chamado de projeto Pró-Orgânico, é desenvolvido desde 2020 por centros de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e parceiros.
A Embrapa é uma empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e à Superintendência de Agricultura e Pecuária no Estado de São Paulo (SFA-SP), e é uma das parceiras do projeto. Guilherme Campos tem visitado diversas instalações do Mapa no Estado, construindo redes de apoio, a pedido do ministro Carlos Fávaro.
A pesquisadora Gisele Freitas Vilela contou a história do projeto que culminou com o aplicativo. A demanda surgiu de uma consulta feita a stakeholders e os diversos parceiros envolvidos contribuíram com a criação da tecnologia. O MAPA apoiou com recursos humanos na confecção do aplicativo e, na reta final, ajudou na validação da ferramenta com produtores de Ribeirão Preto e do sul de Minas Gerais.
De acordo com Gisele, a concepção do aplicativo levou em consideração uma linguagem acessível e funcionalidades amigáveis para que o uso seja facilitado. Nesta fase final, os produtores estão testando e preenchendo formulários que vão ajudar na gestão das propriedades.
Virginia Germani, chefe do Núcleo de Suporte à Produção Orgânica do MAPA em São Paulo (Nusorg-SP), disse que a ferramenta foi pensada para apoiar os produtores, o próprio Mapa, as certificadoras e outros sistemas participativos de controle que garantem a qualidade orgânica dos produtos.
Entre outras funcionalidades, o aplicativo terá uma Organoteca, espécie de biblioteca interativa com tecnologias e publicações técnicas lançadas pela Embrapa e por parceiros. O aplicativo também conta com uma lista com insumos permitidos no cultivo orgânico, uma demanda muito comum dos produtores. A ferramenta foi concebida para que o preenchimento solicite informações obrigatórias que o agricultor orgânico precisa repassar ao MAPA, facilitando o envio. O aplicativo deve facilitar o acesso a dados para geração de painéis que apresentem a distribuição dos produtores orgânicos e as culturas produzidas em cada região.
Como a equipe já está trabalhando em outra proposta para obter financiamento e dar continuidade ao trabalho, Guilherme sugeriu o contato com instituições que podem ajudar, como o Sebrae, o Ibama, a Associação Paulista de Municípios (APM) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), entre outras. Ele também colocou a SFA-SP à disposição da Embrapa. “Se o produtor conseguir perceber as vantagens que essa ferramenta traz para sua rotina, não tenho dúvidas que será um sucesso. Mais um grande benefício que a Embrapa oferece à sociedade”, afirmou.
INICIATIVAS
Ao chegar na Embrapa Territorial, o superintendente foi recebido pelo chefe geral Gustavo Spadotti Castro, pelo chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, José Gilberto Jardine, e pelo chefe-adjunto de Administração, Luís Gonzaga Alves de Souza. Eles trataram de agendas comuns, como o levantamento que o centro de pesquisa está produzindo sobre áreas de pastagens e níveis de degradação. A intenção do MAPA é estimular a conversão desses campos em agricultura ou promover sua recuperação. “O ministro Fávaro está muito empenhado em relação a essa política pública”, lembrou Guilherme.
Gustavo anunciou também que a Embrapa Territorial vai acompanhar, por meio de monitoramento por imagens, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 3, a exemplo do que foi feito no PAC 1 e PAC 2.
Na visita, o superintendente também conversou com a chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, Lucíola Alves Magalhães; com os pesquisadores Juan de Souza e Cristina Criscuolo, e com o analista Rafael Mingoti.
Por: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
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