Conselhos são ferramenta de empoderamento feminino no Nordeste
Experiências mostradas durante I Seminário de Boas Práticas em Gestão Socioambiental do Nordeste reforçam a importância dos conselhos para participação feminina
Geração de emprego e renda, sensação de pertencimento e poder de decisão... esses são alguns dos resultados que o fortalecimento de associações comunitárias pode trazer aos beneficiários de unidade de conservação. Porém, quando se trata de mulheres, a organização em associações e cooperativas trazem benefícios ainda maiores.
Durante o I Seminário de Boas Práticas em Gestão Socioambiental do Nordeste, que ocorre entre os dias 25 e 30 de setembro, mulheres – gestoras e comunitárias - apresentaram exemplos importantes que podem ser replicados em unidades e inspiraram muitos outros participantes com suas vivências.
Um dos exemplos mostrados ocorreu no Parque Nacional da Furna Feia, no Rio Grande do Norte. Por lá, o ICMBio estimulou, por meio do Turismo de Base Comunitária, o empoderamento das mulheres da região por meio de capacitações em áreas temáticas escolhidas em conjunto com a comunidade. Oficinas de meliponicul tura , cursos de capacitação em identificação de serpentes e artesanato inspiraram as mulheres do entorno da unidade a empreender e ter uma fonte de renda própria. Os jovens também não foram esquecidos – oficinas de teatro propiciaram a formação de dois grupos de jovens comunitários.
Estas capacitações estimularam a pedagoga Luciana Goiz a empreender no ramo de fitoterapia. Luciana produz óleos, sabonetes, loções, ba ton s labiais e diversos produtos com produtos da Caatinga, como juá, aroeira e jurema preta.
N as Reservas Extrativistas de Lagoa do Jequiá (AL) e do Delta do Parnaíba (MA/ PI), a iniciativa foi das mulheres extrativistas e marisqueiras. Na s duas unidades , as mulheres formaram associações de mulheres marisqueiras inspiradas em outras organizaçõe s de mulheres, como a da Costa dos Corais e agora também inspiram outras comunitárias .
“Em vários setores, nós mulheres trabalhamos como os homens e recebemos menos. Nós estamos valorizando o trabalho feminino, queremos andar lado a lado deles”, diz a comunitária D euza da Cunha, da Rede de Mulheres do Delta.
Essas redes de mulheres buscam capacitações para agregar valor ao marisco e assim reforçar a renda, bem como de profissionalizar as mulheres no trato com o marisco e aproveitar os resíduos de moluscos e crustáceos, bem como a da fauna de arrasto.
Segundo a analista ambiental Claudia Cunha , ponto focal da Gestão Socioambiental da GR 2 – Nordeste, os conselhos são espaços privilegiados de participação social . “Nosso papel como Poder Público é fomentar e implementa r os conselhos e demais ferramentas gestão socioambiental. Assim, asseguramos que a gestão seja participativa e que as muitas vozes que compõem aquele território sejam ouvidas ”.
Por: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
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