Direitos humanos

Governo brasileiro encerra participação nas cerimônias alusivas aos 50 anos do golpe no Chile

Última agenda foi a inauguração de placas em homenagem aos brasileiros exilados no país chileno antes do golpe e aos mortos e outras vítimas brasileiras de violações de direitos humanos

13/09/2023 12:27
Governo brasileiro encerra participação nas cerimônias alusivas aos 50 anos do golpe no Chile


Representantes do Governo Federal brasileiro integraram uma série de agendas em alusão aos 50 anos do golpe de Estado no Chile, com encerramento na terça-feira (12/09). Durante três dias, os ministros dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, e da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino; o embaixador do Brasil em Santiago, Paulo Roberto Pacheco; e outras autoridades brasileiras estiveram nas cerimônias oficiais. Entre os destaques das agendas, a inauguração de placas em homenagens aos brasileiros exilados no Chile antes do golpe e aos mortos e outras vítimas brasileiras de violações de direitos humanos.

Último compromisso oficial no âmbito das cerimônias alusivas aos 50 anos do golpe, a inauguração das placas ocorreu na Praça Brasil, em Santiago, e posteriormente será realizada na Embaixada do Brasil no Chile, pois o prédio está em reforma. Embaixador brasileiro no país vizinho, Paulo Roberto Pacheco ressaltou que a inauguração é uma iniciativa do coletivo “Viva Chile!” e um esforço que mobilizou diversas áreas do governo brasileiro, como a Presidência da República, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC).

No evento, o embaixador contou que ouviu relatos emocionantes de compatriotas brasileiros nos últimos dias. Na ocasião, Paulo Roberto Pacheco também enfatizou que, durante o golpe de Estado, a Embaixada do Brasil no Chile não acolheu os brasileiros que buscaram refúgio. “Perseguidos em seu país e enfrentando grandes riscos, meus compatriotas brasileiros não puderam encontrar na Embaixada do Brasil, um lugar seguro para eles e suas famílias, nem um aliado em um dos deveres mais fundamentais de uma representação diplomática: o de assegurar a proteção de seus nacionais no exterior", lamentou.

“Ao mesmo tempo que nos indignam, os testemunhos que acompanhei também dão conta da forte solidariedade que une o povo brasileiro e chileno há quase dois séculos, uma solidariedade que persiste mesmo quando nossos governos estavam na estrada divergente. Faço um especial voto a todos vocês que nos visitaram nesses últimos dias para recordar o que aqui viveram em seu período no exílio: que vocês possam desta vez partir do Chile com a certeza de que a Embaixada do Brasil em Santiago estará sempre de portas abertas e é, agora e no futuro, a casa de todos vocês", completou.

Direitos humanos

Também participante da solenidade de inauguração das placas, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, ressaltou a importância da manifestação. “A luta que nós travamos hoje, pela reconstrução da memória, por fazer justiça, por descerrar a verdade e pela não-repetição do que houve no passado. Este é o momento de invocação, de divulgação da memória. Este um grito que é dado também para aqueles que se foram”, enfatizou.

Em defesa da democracia, o ministro afirmou que "todo governo só faz sentido se tiver conexão com o povo". A declaração é dada em aceno a regimes políticos que se impuseram à revelia da vontade popular por meio de golpes políticos dados contra a América Latina nas últimas décadas.

Ainda durante a fala, Silvio Almeida lembrou que a história da América Latina é marcada pela ausência do luto. “Para que nós possamos ter luto, nós precisamos fazer luta. Nós estamos, aqui, lutando pelo luto. E por que é importante lembrarmo-nos dos mortos? Porque quem não respeita a morte não respeita a vida, quem não valoriza os mortos não pode valorizar aqueles que estão vivos”, apontou.

Na ocasião, Silvio Almeida também destacou o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela democracia e soberania de toda a América Latina. “O governo brasileiro tem compromisso inadiável e inabalável com as políticas de memória, justiça, verdade e não repetição”, frisou.

Leia também:No Chile, ministros participam de homenagem a brasileiros exilados no país sul-americano

Por: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

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