Lula: acordo com Índia sobre etanol e discussões sobre desigualdade são prioridade no G20
Presidente deu detalhes da participação do país na 18ª Cúpula de chefes de Estado e de Governo durante o Conversa com o Presidente. Em Nova Delhi, Brasil assumirá a Presidência do G20 pela primeira vez
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, embarca nessa quinta-feira (07/09), logo após o desfile de 7 de setembro, para a Índia, onde participa, na capital Nova Delhi, da 18ª Cúpula de chefes de Estado e governo do G20, grupo que reúne 19 das principais economias do mundo e mais a União Europeia. O evento, realizado nos próximos dias 9 e 10 de setembro, será histórico para o Brasil, pois o país receberá, pela primeira vez, a Presidência do G20.
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Nesta terça-feira (05/09), durante o programa Conversa com o Presidente, Lula deu alguns detalhes sobre pontos que irá abordar na capital indiana. Ele destacou um acordo com a Índia envolvendo combustível renovável e a luta contra a desigualdade.
“O Brasil tem muita conversa para fazer. Brasil e Índia vão discutir a questão do etanol como combustível alternativo, que é extremamente importante, e nós temos que discutir com os outros países uma luta contra a desigualdade”, afirmou Lula.
O presidente ressaltou que, nos próximos dois anos, o Brasil será sede de megaeventos internacionais que reforçam que o país voltou a ter prestígio junto à comunidade estrangeira.
“Ano que vem o Brasil vai sediar o G20 no Brasil, que será no Rio de Janeiro. Nós vamos presidir o G20 ano que vem, em 2025 nós vamos presidir os BRICS, e também em 2025 vamos fazer a COP30 em Belém. São três megaeventos que vão dar ao Brasil uma visibilidade diferente do que ele teve nos últimos anos”, frisou Lula. “O Brasil volta a fazer com que o mundo nos respeite pela seriedade com que a gente trata as pessoas e a seriedade com que a gente trata a questão do clima”, completou.
Ainda sobre a questão climática, Lula disse durante o programa que o tema é tão caro ao Governo Federal que ele espera que em breve possa ser incluído como parte do currículo escolar brasileiro. “Por isso eu falei com o ministro da educação se a gente consegue colocar a questão climática no currículo escolar para que as crianças possam, desde cedo, ter uma noção do que é a importância de a gente preservar a natureza”, frisou.
PRESIDÊNCIA DO G20 – O mandato brasileiro na Presidência do G20 será exercido de 1º de dezembro de 2023 até 30 de novembro de 2024. Como país ocupante da Presidência, o Brasil será responsável por organizar a próxima cúpula, que deve em novembro de 2024, no Rio de Janeiro.
» Assista o Conversa com o Presidente na íntegra, no Canal Gov
ENTENDA O G20 - O G20 foi criado em 1999, como uma forma de coordenação entre os países no nível ministerial, após uma sequência de crises econômicas internacionais: a crise do México de 1994, a crise asiática de 1997 (que atingiu especialmente Tailândia, Indonésia e Coreia do Sul) e a crise da Rússia de 1998. Em 2008, no auge da crise causada pela quebra do banco Lehmann Brothers, os países fizeram a primeira cúpula de chefes de Estado, em Washington. A reunião foi realizada semestralmente em 2009 e 2010 e vem ocorrendo uma vez por ano desde 2011.
A CÚPULA NA ÍNDIA – O G20 é formado por 19 países dos 5 continentes, mais a União Europeia, unindo nações consideradas desenvolvidas e em desenvolvimento. Fazem parte: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.
Nove outros países foram convidados para a 18ª Cúpula na Índia: Bangladesh, Egito, Emirados Árabes, Espanha, Ilhas Maurício, Nigéria, Omã, Países Baixos e Singapura. Além disso, vários organismos internacionais são convidados fixos nas cúpulas do G20: ONU, FMI, Banco Mundial, OMS, OMC, OIT, OCDE, União Africana, Agência de Desenvolvimento da União Africana (AUDA-NEPAD) e Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Atualmente, o G20 responde conjuntamente por cerca de 80% do PIB mundial e 75% do comércio internacional, além de dois terços da população e 60% do território do planeta.
Por: Planalto
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