Ministério da Saúde prepara habilitação de serviço multidisciplinar para atender pacientes com fissuras labiopalatinas no DF
Anúncio foi feito pelo secretário Executivo Swendenberger Barbosa, em visita ao HRAN, onde são atendidos pacientes de todo o Brasil para o tratamento da condição
Um novo serviço de referência para pessoas com fissuras labiopalatinas, condição conhecida popularmente como lábio leporino, deve ser habilitado no Distrito Federal junto ao Ministério da Saúde nos próximos dias. O anúncio foi feito pelo secretário Executivo, Swendenberger Barbosa, em visita ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), nesta segunda-feira (18/09).
A unidade, localizada no coração de Brasília, recebe pacientes de todo o país para o tratamento multidisciplinar indispensável à reabilitação dos pacientes. A estimativa é de que uma a cada 650 crianças nascidas no Brasil tenha a condição — cuja causa está associada a fatores genéticos e/ou ambientais. Atualmente, a área de atendimento a fissuras do HRAN realiza, em média, 300 atendimentos por semana e tem 1,5 mil pacientes cadastrados para acompanhamento multidisciplinar.
Durante a estada, Barbosa fez questão de parabenizar o esforço de todos os envolvidos no atendimento. “São 17 pessoas entre as diversas especialidades que atuam junto para poder dar dignidade a crianças que nascem com alguma deformação lábio palatina resgata essas pessoas e essas pessoas, depois de anos vem aqui e nós tivemos a oportunidade de ver na fila de espera tanto pessoas que estão fazendo a primeira consulta e o resultado desse trabalho esplendoroso”, elogiou.
Ele ressaltou que aguarda, para os próximos dias, o envio da documentação do HRAN para a habilitação do serviço junto ao Ministério da Saúde. Esse processo atesta as condições da unidade como um Centro de Assistência ao paciente com fissura labiopalatal na Alta Complexidade. O Brasil tem 30 estabelecimentos credenciados, segundo informações do CNES. Mais da metade está concentrada nas regiões Sul e Sudeste e apenas um é localizado no Distrito Federal, da rede Rede Sarah.
A nova oferta amplia a capacidade de atendimento na região e beneficia toda a comunidade de pessoas com fissura labial. Esta deve ser a segunda habilitação do tipo em 2023, ao lado do Hospital Infantil Varela Santiago, no Rio Grande do Norte. A secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, falou sobre a importância da habilitação para ampliar os atendimentos — que já são feitos no HRAN há mais de 20 anos.
“Com essa habilitação vamos poder ter todo o apoio, custeio e o investimento real do Ministério da Saúde para que possamos fazer essa ampliação tão sonhada há mais de dez anos nos serviços, dando melhor condições de trabalho e ambiente para que possamos cuidar de mais cidadãos e cidadãs brasileiros. Meu muito obrigada em nome de toda a equipe do HRAN que trabalha com as fissuras labiopalatinas”, celebrou.
Atendimento multidisciplinar é fundamental
Os protocolos clínicos e indicações terapêuticas para pessoas com as fissuras labiopalatinas tratam como fundamental a oferta de atendimento multidisciplinar que envolve, além do paciente, a família. São necessárias consultas com especialistas de diversas áreas como pediatra, enfermeiro, cirurgião plástico, ortodontista, dentista, otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, assistente social, cirurgião bucomaxilo e odontopediatra.
A má-formação pode causar dificuldades na alimentação, problemas na arcada dentária, distúrbios de fala, baixa adaptação social e distorção de auto-imagem. Os especialistas relatam ainda impacto emocional negativo junto aos cuidadores – evidenciando a necessidade de inclusão dos parentes próximos ao longo dos primeiros anos de tratamento. A atenção às pessoas com essa condição deve estender-se do nascimento à vida adulta em diferentes etapas, incluindo procedimentos cirúrgicos.
No HRAN, as equipes tentam concentrar os atendimentos com diferentes profissionais em um único dia, o que reduz os gastos com transporte público e aumenta a adesão dos pacientes ao tratamento, uma vez que minimiza o impacto nas rotinas das famílias.
Por: Ministério da Saúde (MS)
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte