MJSP sedia evento sobre saúde mental para profissionais da segurança
Objetivo é derrubar mitos e debater a promoção de qualidade de vida para agentes
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) promoveram, nesta terça-feira (12), evento dedicado à conscientização sobre cuidados com saúde mental e prevenção ao suicídio, voltado a profissionais da segurança pública - categoria que está entre as que mais sofrem com transtornos psicoemocionais. O encontro foi realizado no Auditório Tancredo Neves, no Palácio da Justiça, sede do MJSP.
“Chegou o momento de derrubarmos as barreiras que impedem a busca por ajuda. Vamos romper com a ideia de que falar sobre nossas emoções é tabu ou sinal de fraqueza. Na verdade, demonstrar vulnerabilidade é uma força incrível, pois mostra que somos humanos. Investir em saúde mental é investir em uma sociedade mais saudável, empática e compassiva”, salientou a representante da PRF, Andressa Borges.
Pelo MJSP, o evento ficou a cargo da Diretoria do Sistema Único de Segurança Pública da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Dsusp/Senasp), que tem entre as atribuições e diretrizes políticas de promoção da saúde mental, por meio do Programa Nacional de Qualidade de Vida dos Profissionais da Segurança Pública (Pró-Vida).
Com a implantação do Susp, a partir da Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018, o Pró-Vida passou a fazer parte dos meios e instrumentos para a implementação da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS).
Na solenidade de abertura do evento, a diretora da Dsusp, Isabel Figueiredo, ressaltou que uma das medidas adotadas pelo MJSP para o fortalecimento das políticas nacionais voltadas à promoção da saúde mental é o redesenho do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP): “Metade do Fundo Nacional de Segurança Pública é repassado na modalidade fundo a fundo, e esse ano nós mudamos a forma de repasse no que diz respeito aos recursos voltados à qualidade de vida dos profissionais de segurança. Hoje, 10% desse repasse deve ser, obrigatoriamente, nisso. Entendemos que é uma pauta prioritária”.
No total, a Senasp está investindo mais de R$ 100 milhões em projetos para melhoria da saúde mental de profissionais de segurança pública, como parcerias com universidades federais para atendimentos gratuitos para estes profissionais com psicólogos.
Estatísticas
Para Isabel, além das medidas de promoção da saúde mental e prevenção ao comportamento suicida, outra importante medida é a qualificação de estatísticas: “Precisamos desenvolver a cultura de produção de dados sobre saúde e qualidade de vida, vitimização, dependência química, transtornos mentais e comportamento suicida. A gente precisa ter esse cenário porque, hoje, os números são indeterminados e subestimados. Não há essa cultura nas corporações: de olhar o problema e produzir informação sobre ele para subsidiar políticas públicas”, concluiu.
O diretor de Gestão e Integração de Dados da Senasp, Felipe Sampaio, reiterou que o novo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp) - que foi ampliado e passou a contar com 28 indicadores de criminalidade -, já está recebendo dados referentes a suicídio de profissionais da segurança, que devem ser divulgados em breve. “Estamos orientados no sentido de um novo pensamento em relação à segurança pública”, destacou Felipe.
O secretário Nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco, pontuou que um dos desafios é prover atendimento considerando as especificidades de todas as categorias englobadas pela área: “É fundamental que se invista em saúde mental, inclusive com atendimento psicológico e psiquiátrico à distância, para atender a capilaridade desses profissionais mesmo com recurso limitado. E nós estamos debatendo isso com instituições”, definiu.
Durante o evento, o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Maycoln Leôni Martins Teodoro, ministrou palestra sobre mitos e preconceitos acerca do tema. Ele discorreu, ainda, sobre comportamentos suicidas e a importância de falar sobre questões emocionais.
A programação também teve oficinas sobre gestão de emoções, importância da educação física na saúde mental e histórias inspiradoras, além de oferecer medições e aferições de taxas como pressão arterial e glicemia.
Por: Ministério da Justiça e Segurança Pública
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