Presidente participa da Cúpula do G77 + China em Cuba neste fim de semana
Grupo que hoje é formado por 134 países é o principal espaço para coordenação multilateral das nações em desenvolvimento
Nesta sexta-feira, 15/9, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca em Cuba, onde participa da Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G77 + China, considerado o principal instrumento de coordenação multilateral dos países em desenvolvimento dentro do sistema das Nações Unidas.
O grupo foi fundado em 1964, quando 77 nações do então chamado ‘terceiro mundo’ decidiram se unir para poder defender posições em comum diante das nações industrializadas. Nesses quase 60 anos, esses países vêm exigindo seu direito ao desenvolvimento econômico e social.
Ao longo das décadas, alguns países saíram do grupo e dezenas de outros se juntaram. Atualmente, são 133 integrantes mais a China, que passou a se reunir com o G77 em 1992 e presta apoio financeiro e político, mas apenas de forma externa.
No total, são 32 países da América Latina e Caribe, 55 da África, 38 da Ásia e nove da Oceania. O grupo representa dois terços de todos os países afiliados à ONU e cerca de 80% da população mundial.
BILATERAIS - Além da cúpula, o líder brasileiro vai participar de compromissos bilaterais. No sábado à tarde, Lula tem uma reunião confirmada com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, no Palácio do Governo.
Na Cúpula do G77 + China, o presidente estará acompanhado dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Nísia Trindade (Saúde), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), além do assessor especial, Celso Amorim.
No domingo, Lula embarca para Nova York (EUA), onde faz o tradicional discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas na próxima terça-feira, 19/9.
A CÚPULA – Em 2023, a Presidência anual do G77 + China é ocupada por Cuba, que convocou a cúpula para este sábado e domingo, dias 15 e 16 de setembro, em Havana, com o tema “Os desafios atuais do desenvolvimento: o papel da Ciência, da Tecnologia e da Inovação”.
Entre os objetivos anunciados pelo governo cubano ao assumir a Presidência estão: ampliar a atuação em conjunto dos países em desenvolvimento em negociações multilaterais, inclusive nos assuntos relacionados à mudança do clima; promover a solidariedade e a cooperação internacionais na recuperação pós-pandemia; impulsionar a reforma da governança financeira internacional.
Em Havana, também está prevista a adoção de uma declaração final, que vem sendo negociada nos últimos meses, que visa aprimorar a cooperação Sul-Sul. Em declaração à imprensa internacional que está no país para a cobertura do G77+China, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, destacou que o texto final deverá trazer uma perspectiva progressista e de alcance universal.
HISTÓRICO – O grupo foi oficializado em 15 de junho de 1964, com a assinatura da “Declaração Conjunta dos 77 Países em Desenvolvimento”, ao fim da primeira sessão da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), realizada em Genebra, na Suíça.
A iniciativa foi criada para auxiliar os interesses econômicos dos países fundadores e fortalecer sua capacidade de negociar em conjunto na ONU e seus diversos organismos.
O G77 + China é o maior bloco de países em desenvolvimento dentro da ONU e tem hoje 134 países-membros, após a entrada do Sudão do Sul em 2015, mas mantém o nome original por questões históricas.
O grupo conta com escritórios em várias cidades do mundo para participação nas instituições que formam as Nações Unidas: em Genebra, para agir junto à UNCTAD, em Nairóbi (Quênia) para o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), em Paris para a UNESCO, em Roma para a FAO/FIDA (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura/Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola), em Viena para a ONUDI (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) e o Grupo dos 24 (G24), em Washington, para o FMI e o Banco Mundial.
Países que integram o G77+China (* fundador do grupo)
América do Sul e Caribe (32) : Antígua e Barbuda, Argentina*, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia*, Brasil*, Chile*, Colômbia*, Costa Rica*, Cuba, Dominica, Equador*, El Salvador*, Granada, Guatemala*, Guiana, Haiti*, Honduras*, Jamaica*, Nicarágua*, Panamá*, Paraguai*, Peru*, República Dominicana*, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago*, Uruguai*, Venezuela*
Ásia (38) : Afeganistão*, Arábia Saudita*, Azerbaijão, Bangladesh*, Bahrein, Brunei, Butão, Camboja*, Catar, China, Coreia do Norte, Emirados Árabes, Filipinas*, Fiji, Iêmen*, Índia*, Indonésia*, Irã*, Iraque*, Jordânia*, Kuwait*, Laos*, Líbano*, Malásia*, Maldivas, Mianmar*, Mongólia, Nepal*, Omã, Palestina, Paquistão*, Sri Lanka*, Síria*, Tadjiquistão, Tailândia*, Timor Leste, Turcomenistão, Vietnã*
África (55) : África do Sul, Angola, Argélia*, Benim*, Botsuana, Burkina Faso*, Burundi*, Cabo Verde, Camarões*, Chade*, Comores, Congo*, Costa do Marfim, Djibouti, Egito*, Eritreia, Eswatini, Etiópia*, Gabão*, Gâmbia, Gana*, Guiné*, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Ilhas Maurício, Lesoto, Libéria*, Líbia*, Madagascar*, Malaui, Mali*, Mauritânia*, Marrocos*, Moçambique, Namíbia, Niger*, Nigéria*, Quênia*, República Centro Africana*, República Democrática do Congo*, Ruanda*, São Tomé e Príncipe, Senegal*, Serra Leoa*, Seychelles, Singapura, Somália*, Sudão*, Sudão do Sul, Tanzânia*, Togo*, Tunísia*, Uganda*, Zâmbia, Zimbábue
Oceania (9) : Ilhas Marshall, Ilhas Salomão, Kiribati, Micronésia, Nauru, Papua Nova Guiné, Samoa, Tonga, Vanuatu
Por: Planalto
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