Rio Grande do Sul: Estudo identifica 15 áreas de alto risco
Até o final de agosto, o SGB já havia realizado cartografias de áreas de risco geológico em 61 municípios do estado e identificado 703 setores que podem sofrer processos geológicos
A Cartografia de Risco Geológico de Nova Hartz, no Rio Grande do Sul, identificou 12 áreas de risco alto e três de risco muito alto, associadas aos processos de movimentos de massa e inundação. O mapeamento, elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), está disponível aqui .
Vale destacar que, nos dias 15 e 16 de junho de 2023, foram registradas precipitações acima da média histórica, que desencadearam uma série de processos de deslizamentos e inundações. Essa situação, somada às características naturais do meio físico e ao avanço da ocupação de locais inadequados, resultou em um aumento de 10 para 15 setores de risco geológico, quando se compara ao levantamento realizado em 2015.
Além disso, a evolução metodológica e o emprego de novas tecnologias ao longo dos últimos anos têm induzido a produção de mapeamentos mais precisos, fato ocasionalmente comprovado pelo aumento do número de áreas de risco geológico identificadas nos trabalhos mais recentes.
Outra informação importante é que, devido às características geológicas e geomorfológicas do município, outras áreas podem apresentar risco a deslizamentos, porém em menor grau, por isso não estão contempladas no estudo. Há ainda possibilidade de deslizamentos em taludes de corte ao longo de estradas e rastejo em encostas que venham a ser ocupadas.
Os pesquisadores do SGB recomendam que a defesa civil municipal realize o reconhecimento destas áreas, monitore suas condições de estabilidade e intervenha sempre que necessário, ao mesmo tempo em que desenvolve nas comunidades atingidas a percepção de risco.
Áreas de Risco no Rio Grande do Sul
Até o final de agosto, o SGB já havia realizado cartografias de áreas de risco geológico em 61 municípios do Rio Grande do Sul e identificado 703 setores que podem sofrer processos geológicos. O número de pessoas que vivem em moradias de risco passa de 379 mil, conforme as informações dos relatórios disponíveis aqui .
Leia mais: Ministério das Cidades destina 1.500 moradias do MCMV para vítimas do Rio Grande do Sul
Políticas públicas para prevenção de desastres
O estudo apresenta sugestões para diminuir ou erradicar o risco geológico, como: executar manutenção das drenagens pluviais e dos arroios, a fim de evitar que o acúmulo de resíduos impeça o perfeito escoamento das águas, durante a estação chuvosa; e desenvolver estudos de adequação do sistema de drenagem pluvial e de esgoto, a fim de evitar que o fluxo seja direcionado sobre a face dos taludes ou encostas.
O mapeamento realizado pelo SGB é essencial para subsidiar a tomada de decisões acertadas, relacionadas às políticas de ordenamento territorial e prevenção de desastres. Além disso, auxilia na definição de critérios para disponibilização de recursos públicos destinados ao financiamento de obras de prevenção e resposta a desastres. Dessa forma, o SGB contribui para reduzir vulnerabilidades sociais e impulsionar o desenvolvimento regional.
A atuação do SGB está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), em especial aos ODSs 1, 2, 9, 11, 12 e 13, que tratam de: erradicação da pobreza; fome zero e agricultura sustentável; indústria, inovação e infraestrutura; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis e ação contra a mudança global do clima.
Por: Ministério de Minas e Energia
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte