Brasil garante mais cinco medalhas e bate recorde em Pan-Americanos no judô
País chegou ao número inédito de 15 medalhas, com sete ouros, duas pratas e seis bronzes. Com isso, está na liderança da modalidade nesta edição

Mais um dia de vitórias para o judô brasileiro no Pan-Americano e, desta vez, celebrando um recorde. Nesta segunda (30), o Brasil somou um ouro, uma prata e ainda conseguiu três bronzes. Com um total de 15 medalhas em Santiago, o país tem a melhor campanha da história e lidera o quadro de medalhas da modalidade, à frente de Cuba.
A melhor campanha brasileira até então era a dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, com seis ouros, três pratas e quatro bronzes. O maior resultado agora pertence a Santiago 2023.
O Brasil é o segundo país que mais conquistou medalhas na modalidade nas 16 edições em que o judô foi realizado nos Jogos Pan-Americanos. A liderança é de Cuba. Dos 8 atletas que entraram no tatame hoje, sete são bolsistas do Bolsa Atleta.
Rafael Macêdo, categoria até 90kg, atleta pódio, foi o responsável pela primeira medalha do dia, uma prata. O brasileiro foi derrotado na final por Hansoku-make (desclassificação), por usar a cabeça em defesa de uma entrada, para o cubano Ivan Silva. Apesar do resultado, a medalha foi uma superação para Rafael.
"Foi uma competição que eu me preparei bastante, tive uma lesão na costela um pouco antes, então foi uma superação mesmo. Queria ter saído com uma medalha de ouro, mas saí com uma medalha. Até porque em 2019 acabei ficando em 5°. Mas ainda tem a chance de ganhar o ouro por equipe amanhã", concluiu Rafael.
Samanta Soares foi a grande responsável pelo ouro do dia. Ela venceu a final contra a porto-riquenha Sairy Cólon, com um waza-ari na decisão dos 78kg. Ela conta da emoção do significado da medalha, ainda mais por ter passado por uma lesão recente: "Estou muito feliz de estar aqui, é meu primeiro Pan. Saiu a convocação eu chorei. Se eu não sonhava com isso cinco anos atrás, agora virou realidade, uma coisa que eu não esperava, não achava que podia chegar. Eu queria muito essa medalha. Era uma oportunidade que eu quis muito agarrar e eu disse para mim mesma que ia até o fim", disse ela emocionada.
Também teve emoção na disputa do bronze com Kayo Santos, bolsa internacional. Há um mês e meio sem estar com a filha, ele contou que achou forças na família para superar a derrota da semifinal para o chileno Thomas Briceño, e depois faturar o bronze.
"Na semifinal acabei errando por um detalhe. Infelizmente, minha cabeça ficou uma bagunça, por eu ter chances de estar na final. Mas eu me concentrei, liguei para minha esposa, vi minha filha, isso para mim foi um ‘up’, esqueci aquela luta e vim com tudo para a disputa do terceiro, para conquistar o bronze", disse.
De olho em Paris
Beatriz Souza, atleta pódio, levou o bronze na categoria acima de 78kg. Para ela, a medalha foi importante, e é um passo a mais para seu objetivo olímpico. "Fico feliz com o resultado, não é o que eu queria, mas fico feliz pela entrega que eu tive hoje. Em cada luta que eu fiz eu entreguei tudo de mim. Eu encaro aqui como mais um degrau, ir subindo a escada é o mais importante, mas claro que o foco total é as Olimpíadas", afirmou.
A última medalha do dia veio no bronze de Rafael Silva, o Baby, na categoria acima de 100kg. O paulista é bolsa pódio e tem 36 anos. "É uma competição que eu queria muito vir, uma pena não conseguir a medalha de ouro, mas judô é isso. Estou feliz de estar competindo em alto nível com minha idade, estar disputando com essa galera. Estou na caminhada pensando na Olimpíada. Sou privilegiado de estar ainda nessa jornada olímpica. Acho que será meu último Pan e está sendo uma boa preparação para Paris, que talvez seja minha despedida", concluiu.
Por: Ministério do Esporte
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