CMSE discute relatório do incidente de 15 de agosto
Causas da queda de energia, repercussão e prevenção foram analisadas pelos representantes do setor elétrico
A 284ª reunião extraordinária do Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada nesta quarta-feira (25/10), analisou o Relatório de Análise de Perturbação (RAP) do incidente do dia 15 de agosto. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou as causas da queda de energia, que se deu por conta da baixa performance dos equipamentos de controle de tensão.
Segundo o ONS, os sistemas que controlam a tensão dos parques eólicos e fotovoltaicos, no perímetro da Linha de Transmissão Quixadá-Fortaleza II, no Ceará deveriam compensar automaticamente a queda de tensão decorrente da abertura da linha de transmissão. Porém, o desempenho no momento da ocorrência ficou aquém do previsto nos modelos matemáticos fornecidos pelos agentes e testados em simulações pelo ONS.
A partir do incidente, foram implementados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico novos limites de intercâmbios e medidas operativas na região Nordeste, visando garantir a segurança operativa do Sistema Interligado Nacional (SIN). Até que a performance em campo dos parques aerogeradores e fotovoltaicos esteja corretamente caracterizada nos modelos matemáticos, o ONS adaptou a base de dados para representar a performance dos referidos parques tal como observada em campo durante a perturbação, de modo a utilizá-la nos estudos de caráter operativo.
Reestabelecimento
O RAP registrou que a recomposição do sistema no Nordeste se deu pela expansão da ilha elétrica formada nas áreas Centro, Leste e Norte por meio de black start – uma simulação de desligamento – na usina hidrelétrica de Itapebi e com tensão proveniente do SIN nas áreas Oeste e Sudoeste, prosseguindo com o fechamento do paralelo das ilhas com o SIN.
Na região Norte, o procedimento também contou com black start nas usinas de Tucuruí, Balbina, Coaracy Nunes, Estreito e Samuel e, assim, iniciando a interligação de cada uma dessas áreas ao SIN.
Em relação às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o sistema permaneceu íntegro por conta da da atuação satisfatória do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), possibilitando a rápida recomposição das cargas por meio da elevação da geração da área.
O ONS concluiu que a ocorrência de 15 de agosto gerou descobertas que serão importantes no aprimoramento do planejamento, da operação, da regulamentação e da integração de novos projetos.
Importação de Energia da Venezuela
A importação de energia elétrica da Venezuela para atender ao sistema isolado de Roraima também foi discutida. O CMSE deliberou a respeito de diretrizes técnicas e econômicas para realização do intercâmbio, de modo a garantir redução de dispêndio pago pelos consumidores de energia elétrica por meio da Conta de Consumo de Combustíveis, bem como assegurar o atendimento eletroenergético do Estado.
Por: Ministério de Minas e Energia (MME)
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