Iphan e Icomos promovem diálogos sobre Patrimônio Cultural e ações climáticas

Pensando em identificar os principais desafios de gestão do Patrimônio Cultural brasileiro diante dos efeitos das mudanças climáticas, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), juntamente com o Comitê Científico sobre Mudanças Climáticas e Patrimônio do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios no Brasil (Icomos-BR), convida para a primeira atividade do Ciclo de Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas , que será realizado na terça-feira (17/10), das 17h às 19h.

O evento será online e os interessados em participar devem se inscrever por meio do formulário de inscrição. A transmissão ao vivo fora do ambiente para inscritos não está prevista. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail comunicacao@iphan.gov.br.

Patrimônio Cultural e ações climáticas

A docente da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e secretária do Comitê sobre mudanças climáticas e patrimônio do Icomos-BR, Luana Campos, esclarece que o aumento da temperatura influencia diretamente todos os tipos de Patrimônio Cultural presentes no Brasil. No caso de patrimônios edificados, por exemplo, provoca problemas na conservação de fachadas, desmoronamentos e necessidade de manutenções contínuas em áreas impactadas pela seca”, explica a

A pesquisadora explica que os efeitos das mudanças climáticas também afetam comunidades detentoras de bens culturais imateriais, especialmente os bens de povos indígenas e comunidades tradicionais. “O que pode ocorrer é, por exemplo, a diminuição de produção de artesanatos, causando impactos socioeconômicos nas comunidades. No caso do Ofício das Paneleiras de Goiabeiras, por exemplo, as jazidas de argila são impactadas pela diminuição da umidade e o aumento da temperatura, além de outros fatores”, explicou Luana Campos.

No Brasil, existem bens de diversas naturezas considerados Patrimônio Cultural, incluindo as manifestações culturais de povos indígenas, quilombolas, pescadores, extrativistas e comunidades tradicionais diversas, que estão em risco devido às mudanças climáticas. O mais importante a se considerar na análise dos impactos do clima é que as alterações serão sentidas de formas distintas, de acordo com a região. Por esse motivo, o Ciclo de Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas prevê atividades integradas em diferentes cidades dos principais biomas do Brasil (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pampas, Mata Atlântica, Pantanal).

Desse modo, o principal objetivo do encontro é mobilizar e responder, de forma participativa e representativa, aos desafios de gestão do Patrimônio Cultural brasileiro, identificando suas fragilidades diante dos efeitos das mudanças climáticas, as ações possíveis e necessárias a curto, médio e longo prazo, e os principais parceiros a serem acionados para garantir a preservação e a salvaguarda desses bens culturais.

Por: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)