Lula: “Vamos ajudar o Rio de Janeiro a combater o crime organizado”
Presidente ressalta que questão da segurança, embora seja atribuição estadual, diz respeito a todo o país e receberá atenção e dedicação das forças federais para resolver a situação
Na retomada do programa Conversa com o Presidente nesta terça-feira, dia 24 de outubro, após a pausa para recuperação da cirurgia no fim de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a onda de violência no Rio de Janeiro e sublinhou que o Governo Federal vai ajudar no combate ao crime organizado no estado.
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Nesta segunda-feira (23), 35 ônibus e um trem foram incendiados na Zona Oeste da capital fluminense por um grupo de criminosos em retaliação à morte de um miliciano, durante uma operação policial. Segundo o Rio Ônibus — o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro — esse foi o maior ataque a ônibus já registrado na cidade. Embora a gestão da segurança pública seja competência do governo estadual, Lula garantiu que não vai deixar de agir para auxiliar o estado.
O Governo Federal estará presente no Rio de Janeiro, ajudando de todas as formas possíveis a voltar a normalidade, a combater o crime organizado, a combater os milicianos para que o povo volte a ter tranquilidade, para ter o direito de ir e vir sem ser importunado com tiro, bala perdida, queimada de ônibus e queimada de trem”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“O problema da violência no Rio de Janeiro termina sendo um problema do Brasil porque o governo brasileiro tem que assumir a responsabilidade de ajudar todo mundo”, avaliou Lula. “O Governo Federal estará presente no Rio de Janeiro, ajudando de todas as formas possíveis a voltar a normalidade, a combater o crime organizado, a combater os milicianos para que o povo volte a ter tranquilidade, para ter o direito de ir e vir sem ser importunado com tiro, bala perdida, queimada de ônibus e queimada de trem”.
“Já conversei com o governador Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, conversei com Flávio Dino [ministro da Justiça e Segurança Pública] e hoje vou conversar com o ministro da Defesa [José Mucio], na perspectiva de fazer com que a Aeronáutica possa ter uma intervenção maior nos aeroportos do Rio de Janeiro e que a Marinha possa ter uma intervenção maior nos portos, para ver se a gente consegue combater mais o narcotráfico e o tráfico de armas”, argumentou Lula, ao destacar que a liberação da venda de armas nos últimos anos, “de forma atabalhoada”, fez com que o crime organizado se apoderasse de mais munição.
O Governo Federal estuda como ajudar mais o Rio de Janeiro, respeitando as atribuições de cada um dos entes da Federação. “Nós não queremos pirotecnia. Não queremos fazer uma intervenção no Rio de Janeiro como já foi feito, que não resultou em nada. Não queremos tirar a autoridade do governador e do prefeito. O que queremos é compartilhar com eles, trabalhar junto uma saída”, explicou o presidente.
Lula afirmou que o Governo Federal vai discutir maneiras para ampliar a participação no debate. “Como a gente pode acionar mais a Polícia Federal, como a gente pode fortalecer mais a Força Nacional, como a gente pode utilizar as Forças Armadas, participando como uma força auxiliar, sem passar a ideia para a sociedade de que as Forças Armadas foram feitas para combater crime organizado. Não é esse o papel das Forças Armadas e nós não vamos fazer isso”, completou.
Para o presidente, enfrentar o problema da violência perpassa promover melhores condições de vida à população. “Temos um problema crônico de enfrentamento ao crime organizado. A verdade é que enquanto o povo brasileiro passar fome, enquanto tiver muito desemprego e muita gente abandonada, há uma possibilidade de crescimento do crime organizado. A verdade é que tudo isso está ligado às condições de vida do nosso povo e nós precisamos ter consciência disso” defendeu.
Lula avalia que é preciso juntar todas as esferas do poder público e a sociedade no combate ao crime organizado. “Estamos com o povo do Rio de Janeiro e vamos compartilhar tudo aquilo que a gente puder compartilhar, para que o Rio de Janeiro volte a sair na imprensa pelas coisas boas que faz e não só nas páginas policiais”, concluiu.
Por: Planalto
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