MDIC e BNDES firmam acordo com R$ 200 milhões em investimentos para transição energética
Recursos deverão ser aplicados pelas indústrias em inovação e pesquisas sobre neoindustrialização, economia verde e descarbonização
O vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, assinaram Acordo Técnico de Cooperação (ACT) que destina R$ 200 milhões para investimentos em descarbonização da cadeia automotiva.
A assinatura do ACT e a de entrada do BNDES no programa Rota 2030 aconteceu nesta terça-feira (24/10), na sede do MDIC, em Brasília (DF).
Para Geraldo Alckmin, trata-se de um acordo muito importante celebrado com o BNDES por vir ao encontro da neoindustrialização, da inovação, da economia verde e da descarbonização, com recursos disponibilizados para pesquisa, inovação, digitalização. "É o Programa Mover, que não é só automobilístico, mas envolve toda a mobilidade, com foco na inovação para buscar eficiência, especialmente energética. Ou seja, descarbonizar, uma preocupação com a questão climática", afirmou o ministro.
Já Aloizio Mercadante explicou que esses recursos deverão ser obrigatoriamente aplicados pelas indústrias em pesquisa e desenvolvimento, e afirmou que, na atual gestão, haverá fiscalização, acompanhamento e definição de prioridades. O montante será gerido pelo BNDES, em comum acordo com o MDIC, com o objetivo de impulsionar esse esforço de mobilidade, especialmente a elétrica e a verde.
"Queremos a indústria automotiva pesquisando no Brasil, e a nossa história com o etanol mostra que é possível. Nós queremos pesquisa e inovação aqui para produzir mais veículos elétricos, híbridos, com mão de obra, empregos e salários criados e produzidos no Brasil", disse o presidente do Banco.
Em sua avaliação, é essencial fomentar a produção de veículos com baixa emissão de carbono, um dos principais causadores do efeito estufa, é fundamental não apenas para o meio ambiente, mas também para as exportações brasileiras. Como exemplo, Mercadante citou o mercado de ônibus da América Latina, onde o Brasil já produziu mais de 50% dos ônibus que circulam pelo continente.
"Estamos perdendo essa indústria porque outros países estão produzindo ônibus elétricos, vendendo na América Latina, ocupando um mercado que, historicamente, foi nosso", reforçou.
Com o ACT, o BNDES entra na operação dos fundos dos Programas Prioritários do Rota 2030, ao lado do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Fundep - Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep).
Os fundos são constituídos de contrapartidas de empresas que se beneficiam de isenção de impostos na importação de peças e insumos não fabricados no Brasil, mas necessários à melhoria da eficiência energética da frota.
O Programa Prioritário associado ao BNDES terá editais de “Estímulo à descarbonização da mobilidade e da logística”. Atualmente existem sete programas prioritários em andamento, com R$ 1 bilhão em investimentos para inovação nas empresas de autopeças e na cadeia de fornecedores do setor automotivo.
Potência energética
Com a assinatura do ACT e as demais políticas públicas desenvolvidas pelo Governo Federal, Mercadante acredita que o Brasil será uma grande potência na transição energética. Entre as razões, por ser o País do G20 que tem a matriz energética mais limpa (46%). "É o primeiro País que pode ter a ambição de emissão zero. Então, hoje, nós estamos dando um passo no setor elétrico automotivo. O BNDES vai acompanhar o Ministério, nós vamos acompanhar o investimento em inovação para que a gente possa contribuir para que o Brasil seja o primeiro País do G20 a ter emissão zero", concluiu o presidente do Banco.
Por Agência Gov
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte