MEC debate permanência das mulheres no ambiente acadêmico
Em audiência pública, no Senado Federal, debatedoras cobraram mais espaço para as mulheres e medidas para garantir sua permanência nas universidades e institutos de pesquisa
O Ministério da Educação (MEC) participou de audiência pública da Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal para debater a permanência das mulheres no ambiente acadêmico. Na agenda, realizada na segunda-feira, 16 de outubro, a s debatedoras foram unânimes em cobrar mais espaço para as mulheres e pedir medidas para garantir sua permanência no ambiente das universidades e dos institutos de pesquisa.
A diretora de Políticas de Educação do Campo e Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão ( Secadi ) do MEC, Maria do Socorro Silva, acredita que a visão sexista existe desde a publicação da primeira lei sobre educação no Brasil, em 1827. “Ao ser criada, a lei dizia que tinha que ter escolas de meninos e escolas de meninas. As mulheres poderiam entrar na profissão como professoras, mas para ensinar as meninas. E ssa visão sexista permaneceu durante muito tempo e a gente ainda vê como ela se mantém em uma série de práticas , em diferentes espaços , da escola básica ao ensino superior ”, apontou.
Segundo ela, s omente em 1879 foi permitido o ingresso d as mulheres nas universidades . Nesse sentido, a Secadi voltou a trazer para debate a pauta da diversidade , da inclusão e da equidade educacional . “ Temos nos preocupado muito em fazer um debate em que a gente possa fazer uma articulação entre acesso , permanência e ingresso na profissão ”, informou.
A diretora destacou alguns dados do Censo da Educação S uperior de 2022 que revelam como hoje há u m crescimento significativo das mulheres no ensino superior. “ O C enso mostrou que dos 9 ,4 milhões de p essoas que hoje estão na graduação brasileira , 5 milhões são mulheres . Temos um percentual muito mais alto de mulheres dentro da graduação , dentro de nossas universidades , o que significa que do ponto de vista do acesso , nós tivemos um crescimento significativo ”, apontou.
A audiência foi requerida pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE) e pela senadora Leila Barros (PDT-DF). O presidente da comissão, senador Flávio Arns (PSB-PR), também apresentou um requerimento no mesmo sentido. O senador Paulo Paim (PT-RS), dirigiu o debate e criticou a cultura do preconceito contra as mulheres. Ele disse que a Comissão de Direitos Humanos (CDH), da qual ele é presidente, é um bom exemplo por ter a maioria composta por mulheres.
Participantes – Também participaram da discussão a diretora de Análise de Resultados e Soluções Digitais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Débora Peres Menezes ; a coordenadora do Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa ( Gema a ), Marcia Rangel Candido ; a professora Luciana da Conceição Santana da Universidade Federal de Alagoas e representante da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC) ; a vice-Presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Ana Priscila Alves ; a coordenadora do Movimento Paren t in Science, Fernanda Staniscuask i ; a professora Sara Wagner York, especialista em gênero e sexualidade da UERJ; a professora Tânia Portella, representante da Geledés Instituto da Mulher Negra ; a diretora- e xecutiva da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), Braulin a Baniwa, além de outras ativistas .
Por: Ministério da Educação (MEC)
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