Direitos humanos

Não há desenvolvimento sem direitos humanos no mundo trabalhista, diz Silvio Almeida

MDHC realiza primeiro debate sobre lei para estabelecer novas regras contra violações de direitos humanos em empresas públicas e privadas

05/10/2023 18:50
Não há desenvolvimento sem direitos humanos no mundo trabalhista, diz Silvio Almeida
Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

 

Na tarde desta quinta-feira (05/10), o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania realizou o seminário on-line "Lei Marco Nacional sobre Direitos Humanos e Empresas - PL 572/2022: um debate sobre o avanço em direitos humanos e empresas", com a presença do ministro da pasta, Silvio Almeida.

O objetivo foi debater o Projeto de Lei nº 572/22, em tramitação na Câmara dos Deputados, que cria o Marco Nacional sobre Direitos Humanos e Empresas, estabelecendo diretrizes para a elaboração de políticas públicas que garantam dignidade no mundo trabalhista.

Para o ministro Silvio Almeida, a realização do seminário é um acontecimento extraordinário, considerando as prioridades da pasta e do Governo Federal - uma delas, estimular a adoção voluntária da promoção e da defesa dos direitos humanos no meio corporativo, além do cumprimento legal de normas já vigentes.

"É um momento histórico em que se debate, no âmbito do Poder Executivo, o PL572/22, que busca criar um arco nacional sobre os direitos humanos e a atividade empresarial. Tema que considero fundamental para a proteção e garantia dos direitos humanos na sociedade brasileira de uma maneira ampla”, disse o ministro.

Se sancionado o texto, empresas que cometerem violações dos direitos humanos sofreriam as seguintes punições: interdição ou suspensão das atividades até que tomem as devidas medidas reparatórias e preventivas; perda de bens, direitos e valores que possam ter sido obtidos a partir das violações produzidas; proibição de recebimento de incentivos e contratações com o Poder Público; e pagamento de multa.

No dia 21 de setembro, o PL passou a tramitar na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados. A proposta foi apresentada em março de 2022 ao Plenário da Casa.

O assunto, avalia o ministro, é fundamental para a garantia dos direitos humanos na sociedade brasileira de uma maneira ampla. Este foi o primeiro debate sobre o assunto e haverá muitos, garantiu Silvio Almeida. “Essa agenda tem total coerência com a criação, nesse Ministério, da política de direitos humanos nas empresas, que é onde queremos chegar. Uma agenda ampla de direitos humanos só poderá se completar com a ligação dos direitos humanos e a atividade empresarial”, argumentou.

A lei fortalecerá também as políticas de combate ao trabalho análogo à escravidão e o trabalho infantil, já que, segundo o PL, as empresas e o Estado devem: “Respeitar todas as normas internacionais e nacionais que proíbem a exploração de trabalho infantil e em condições análogas às de escravo, em toda a cadeia produtiva".

“Estamos, portanto, tratando de práticas inaceitáveis, e vou citar alguns exemplos. Racismo ambiental, tema completamente ligado à justiça climática, falamos aqui sobre grupos historicamente discriminados, como as pessoas LGBTQIA+, pessoas com deficiência, pessoas das mais diversas origens, raças, etnias, de racismo, sexismo, da intolerância religiosa”, completou Silvio Almeida.

O ministro reiterou que, sem direitos humanos no mundo trabalhista, não há desenvolvimento humano, econômico e sustentável. Isto porque o PL propõe também “não estipular metas de forma abusiva, caracterizadoras das práticas de assédio moral individual ou assédio moral organizacional” e “respeitar os direitos das comunidades ribeirinhas, costeiras e campesinas e coibir subornos ou outras formas de corrupção e intimidação no acesso a terras e recursos para concessões de exploração extrativistas, aquicultura, agronegócio, turismo, produção energética e outros”.

Caberá à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios exigir a implementação dos mecanismos de reparação integral às pessoas atingidas por violações e formular políticas públicas, normas e regulamentações para cumprir a lei.

 

Por: Agência Gov

 


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