Operação cumpre mandado de busca e apreensão por racismo e discurso de ódio em 10 estados
Investigação começou a partir de comentários em redes sociais; operação está inserida dentro do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Diopi/Senasp), apoiou a Polícia Civil de Santa Catarina na execução da Operação Trend, que investiga crimes de racismo e discurso de ódio nas redes sociais.
Desenvolvida no âmbito do Projeto I.M.P.U.L.S.E. (reestruturação do M.O.S.A.I.C.O.), a operação está inserida no Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas - ENFOC, do MJSP, que aportou R$ 114 mil em pagamento de diárias e passagens para 97 operadores de segurança pública, o que possibilitou o deslocamento dos agentes para o cumprimento dos mandados.
Nesta segunda-feira (23), foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão relacionados a crimes de racismo e discurso de ódio nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Mato Grosso, Pará e no Distrito Federal. Diversos suspeitos possuem perfil extremista e propagam referências ao neonazismo.
Durante as buscas, foram apreendidos diversos equipamentos computacionais portáteis dos investigados, onde, após análise preliminar, foram encontrados vestígios digitais dos crimes apurados no inquérito.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Arthur Lopes, a complexa investigação cibernética exigida para apurar o caso revelou um verdadeiro mapa do racismo. “O problema atinge o território nacional e não há um perfil determinado. Foram identificados desde adolescentes do sexo feminino a homens de mais idade. A disseminação de ódio no ciberespaço tem ultrapassado os limites da liberdade de expressão e esses crimes praticados no ambiente virtual não contam mais com o anonimato pretendido pelos seus autores", pontua.
A investigação
A operação surgiu a partir de uma investigação que começou em Santa Catarina e foi conduzida pela Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância (DRRDI) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais - DEIC da Polícia Civil de Santa Catarina. O inquérito policial foi instaurado para apurar o crime de racismo durante uma tradicional festa alemã, em outubro de 2022, quando um homem de 44 anos e a enteada dele, de 12, ambos negros, postaram, em uma rede social, um vídeo dançando com roupas típicas germânicas e receberam comentários racistas e xenófobos.
Por: Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP)
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