País registra média anual de 2.500 acidentes de trabalho envolvendo crianças e adolescentes
Estudo publicado pela RBSO traz análise de dados de 2011 a 2020
A categoria com mais acidentes de trabalho envolvendo crianças e adolescentes é a dos trabalhadores dos serviços. É o que aponta o artigo de pesquisa “ Perfil dos acidentes de trabalho com crianças e adolescentes no Brasil, de 2011 a 2020 ”, publicado na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (vol. 48, 2023).
Elaborado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o artigo realiza um estudo epidemiológico descritivo, com base nos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
Por meio dessa análise, o material traz o perfil dos acidentes de trabalho envolvendo crianças e adolescentes na faixa etária de 5 a 17 anos, assim como sua distribuição e sua evolução ao longo dos anos.
Com o diagnóstico, foi possível identificar que mais de 24.900 casos de acidentes de trabalho, incluindo 466 óbitos, envolvendo menores de 18 anos foram registrados no período. O número de casos representa 2,7% do total de acidentes ocupacionais graves na base do Sinan.
A maioria desses acidentes ocorreu com indivíduos do sexo masculino, brancos, na faixa etária de 16 a 17 anos. Entretanto, pôde-se observar que, nas faixas de 14 a 15 anos e de 5 a 13 anos, a incidência de casos predominou em crianças e adolescentes pretos ou pardos.
O artigo ainda mostra que as categorias “trabalhadores dos serviços”, “trabalhadores na exploração agropecuária” e “trabalhadores da indústria extrativa e da construção civil”, da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), estão entre as que mais apresentam casos de acidentes ocupacionais com menores.
Para os autores, “a produção de informações sobre trabalhadores acidentados com menos de 18 anos de idade permite conhecer melhor a dramática situação de muitas crianças e adolescentes brasileiros, contribuindo para indicar nova pauta de fomento à pesquisa e de intervenção sobre acidentes de trabalho.”
Por: Fundacentro
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