Parlamentares soam o alerta: estiagem afeta pesca também no Pará
Representantes do último estado da bacia amazônica pedem que auxílio a pescadores seja estendido também para lá
A estiagem que começou nos Andes e secou a calha dos rios Negro e Solimões desde o Acre até o Amazonas, começa a atingir também o estado do Pará. Foi o que disse o deputado Henderson Pinto (MDB-PA) em audiência com o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, na manhã desta quarta-feira (18). O parlamentar estava acompanhado dos vereadores Jander Ilson (União Brasil) e Alexandre Maduro (MDB). Ambos são de Santarém, cidade paraense que fica na margem da junção dos rios Tapajós e Amazonas.
“O Amazonas enfrentou a seca antes de nós, mas agora também chegou ao nosso estado”, explicou Henderson Pinto.
A seca dos rios na bacia amazônica é causada pela estiagem na nascente, que fica nos Andes peruanos. Quando a chuva falta lá, leva cerca de 30 dias para os grandes rios brasileiros sentirem o baque. A seca evolui a partir do Acre até a foz, na ilha de Marajó, no litoral norte do Pará. A água vai faltando no caminho, primeiro mais perto da nascente e depois progressivamente até o local onde o rio deságua no oceano.
Os parlamentares pediram ajuda do MPA também para os pescadores do Pará, nos mesmos moldes do que está sendo preparado para os do Acre, Rondônia e Amazonas. “A pesca é uma das principais atividades da região e o Pará é um dos estados brasileiros com o maior número de pescadores”, disse o deputado.
Segundo os dados do Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), há hoje no Pará 184.574 pescadores ativos. E mais 62.875 que pediram o registro e ainda aguardam a análise da documentação.
O ministro André de Paula explicou como está sendo preparado o auxílio aos pescadores dos três estados onde a estiagem começou. Lembrou da visita ao Amazonas, na comitiva liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, onde testemunhou a situação de emergência.
Uma das medidas em relação ao Acre, Rondônia e Amazonas será a concessão de dois meses de auxílio no mesmo valor do seguro defeso para os pescadores registrados que estão na lista de beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que é quem paga o benefício social. “Os pescadores afetados terão direito a dois meses adicionais de seguro defeso. No entanto, esse é um processo que envolve uma série de detalhes técnicos”, frisou André de Paula.
O vereador Jander Ilson acrescentou que a situação no Pará é tão grave quanto no Amazonas. “Não há diferença. Estamos enfrentando uma situação extremamente complicada, e buscando apoio para nossos pescadores artesanais”, disse.
O ministro também destacou que o Pará, embora tenha sido afetado pela seca após o Amazonas, pode esperar um trâmite mais rápido, devido à experiência adquirida com a situação.
Por: Ministério da Pesca e Aquicultura
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