Rio Negro atinge menor nível em Manaus desde 1902
Nesta segunda-feira, 16 de outubro, o rio Negro atingiu o nível de 13,51m em Manaus (AM), conforme o monitoramento realizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Este é o menor nível registrado nos 122 anos de acompanhamento do rio Negro no Porto de Manaus. Essa marca foi menor que os níveis mínimos registrados nas secas históricas de 2010 (13,63m) e 1963 (13,64m).
Com o baixo nível d’água do rio Negro, o transporte de cargas e de passageiros ficou dificultado, o que compromete a chegada de insumos e o escoamento de mercadorias na Zona Franca de Manaus. Também têm ocorrido impactos sobre atividades turísticas e em termos de acesso a água potável em algumas comunidades localizadas na bacia hidrográfica.
Desde junho de 2023, a ANA vem acompanhando os possíveis impactos do El Niño sobre os recursos hídricos e os usos múltiplos da água no Brasil por meio do Plano de Contingência. Na região Norte, esse fenômeno costuma provocar chuvas abaixo da média. A atual seca, entretanto, é explicada pela ocorrência simultânea do El Niño e do aquecimento das águas do Atlântico Tropical Norte, o que costuma intensificar seus impactos na Região Amazônica.
Como uma das medidas indicadas no Plano de Contingência, a ANA instalou a Sala de Crise da Região Norte. A primeira reunião ocorreu em 3 de agosto. Outras três aconteceram na sequência e podem ser acessadas no canal da ANA no YouTube. A 5ª reunião da Sala de Crise da Região Norte está marcada para esta sexta-feira, 20 de outubro, às 14h30, com transmissão ao vivo pelo YouTube.
Além disso, o Plano de Contingência da ANA prevê que medidas adicionais podem ser adotadas, caso a intensidade da seca aumente. Dessa forma, a Agência segue monitorando e avaliando os impactos da seca na Região Amazônica, promovendo a troca da melhor informação disponível entre os atores envolvidos e contribuindo na busca de soluções para os diferentes impactos sobre os usos da água na Região.
Para permitir o acesso público, irrestrito e simplificado a dados de monitoramento hidrológico, a ANA disponibilizou uma ferramenta contendo dados da Rede Hidrometeorológica Nacional, por meio do link. Acesse os dados de estações localizadas na Amazônia por essa ferramenta.
Atuação da ANA em eventos hidrológicos críticos
Segundo a Lei nº 9.984/2000 , que criou a ANA, cabe à agência reguladora planejar e promover ações destinadas a prevenir ou minimizar os efeitos de secas e inundações. Essa atuação acontece no contexto do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) e em articulação com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC) – que integra a estrutura do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e é o órgão central do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – em apoio aos estados, Distrito Federal e municípios.
Por: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
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