SGB avança em pesquisa global sobre mudanças climáticas em áreas úmidas

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) participou no 2º Research Coordination Meeting do Projeto Wetland, promovido pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) em Atenas, Grécia. Os pesquisadores Isadora Aumond Kuhn e Albert Cardoso representaram o Brasil e contribuíram nas discussões técnicas compartilhando os resultados parciais alcançados até o momento.

O encontro faz parte de uma iniciativa da IAEA que busca compreender o impacto das mudanças climáticas nas áreas úmidas, utilizando técnicas isotópicas inovadoras. Essas técnicas serão aplicadas em diversas regiões em edital aberto a todos grupos de pesquisa no mundo todo.

A iniciativa envolve a participação de 12 países de quatro continentes, destacando sua abrangência internacional. O Brasil, por meio do SGB, está concentrando esforços na "Avaliação das técnicas de multi-traçadores na compreensão da dinâmica da água nas áreas úmidas dos Afluentes do Rio Tietê", título final do projeto que se destacou na concorrência mundial.

A investigação é liderada pelo pesquisador Roberto Kirchheim e inclui o uso de técnicas isotópicas avançadas, monitoramento hidrológico e hidrogeológico, bem como a utilização de drones para geração de modelos numéricos do terreno e aquisição de imagens termais. A UNESP de Rio Claro-SP e o Instituto de Pesquisa Ambiental - SP são parceiros do SGB nesse estudo.

A participação dos técnicos do SGB foi financiada pela IAEA e envolveu treinamento no uso do medidor de radônio (RAD7) e do espectrômetro de massa de campo para gases (MiniRueddi). O RAD7 já está em uso pelos técnicos do Programa de Isotopia Aplicada à Hidrologia do SBG, enquanto o MiniRueddi será adquirido por meio de cooperação. Este último equipamento é a parte central de uma proposta também vencedora do SGB em pleito via a Comissão Nacional de Energia Atômica – CNEN e IAEA.

O SGB está fortalecendo sua posição como líder técnico no cenário nacional por meio dessas ações estratégicas. Esta investigação específica no Wetland se estenderá até 2025 e incluirá a transferência de tecnologia e capacitação pela IAEA aos países membros, promovendo a colaboração e fortalecendo laços técnicos e científicos.

A parceria entre o SGB e a Agência Internacional de Energia Atômica solidifica a posição do Serviço Geológico do Brasil como um protagonista na utilização de isótopos na hidrologia na América do Sul. O SGB já desempenha um papel crucial não apenas na ciência brasileira, mas também como provedor de dados nas discussões globais relacionadas ao tema das mudanças climáticas.

Por: Serviço Geológico do Brasil (SGB)
Edição: Yara Aquino