Suzana e Barbara: contagem regressiva para entrar na casa própria

As histórias de Barbara Silva e Suzana Soares são repletas de coincidências. Embora não se conheçam, são cozinheiras em Aracruz, no Espírito Santo, têm filhos, pagam R$ 650 de aluguel e há 12 anos cultivavam a esperança de conquistar a casa própria.

Para ambas, o sonho finalmente se torna realidade nesta segunda-feira, 23 de outubro, quando elas participarem da cerimônia de entrega de 537 unidades do Minha Casa, Minha Vida no Residencial Barra Riacho I a VI, em Aracruz.

O evento integra uma ação do Governo Federal que entrega simultaneamente 1.651 moradias do programa nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo e São Paulo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará ao vivo, por vídeo, dos eventos  .

Conheça um pouco melhor as histórias de Barbara e Suzana.

LÁGRIMAS – A tarde da última quarta-feira, 18 de outubro, foi completamente diferente de todas as outras que a baiana Barbara Silva viveu até então. Fazia sol em Aracruz quando, por volta das 14h30, ela abriu a porta de sua unidade no Residencial Barra Riacho. Ao dar o primeiro passo, finalmente se deu conta de que um percurso de 12 anos estava muito próximo do fim. “Quando entrei, chorei de felicidade, porque aquela é uma casa que vai ser minha”, orgulha-se.

Nascida em Itajuípe (BA), Barbara, 43 anos, vive no Espírito Santo há 30 anos. Ela conta que uma emoção diferente a acompanha há várias semanas, desde que soube que havia sido selecionada para receber uma unidade do programa.

“Há dois meses recebi a notícia de que tinha sido selecionada para o Minha Casa, Minha Vida. Foram 12 anos esperando. É um sonho realizado. Nunca perdi a fé de que iriam sair essas casas. Para falar a verdade, não estou nem dormindo. Estou ansiosa. É uma coisa que Deus deu. Deus vem em primeiro lugar e depois as pessoas que estão ajudando a gente. Só temos a agradecer”, celebra Barbara.

Mãe de Kaillany, 16 anos, Raphael, 12, e Francielly, 11, Barbara não tem trabalho formal e atualmente faz bicos como cozinheira, além de serviços de limpeza. “Sou ajudante de cozinha, mas é um trabalho informal. Quando precisam de mim no restaurante lá na Barra, eu vou. E trabalho também fazendo faxina quando precisam”, explica.

Ela e o companheiro, Franklin, que trabalha como borracheiro, vivem de aluguel em uma casa de dois quartos no bairro Vila do Riacho, a cinco quilômetros da casa para onde em breve se mudarão. Os filhos, bem como Franklin, ainda não tiveram a oportunidade de conhecer a futura casa. Mas Barbara tem certeza de que todos serão muito felizes lá.

“Lá tenho dois quartos, um banheiro, uma sala, cozinha e área de serviço. Eu achei muito bom. Ainda não levei meus filhos, mas claro que vão gostar. Quem não vai? É um bairro bom. Temos acesso a tudo, é tudo certinho. Tenho certeza de que vou ser muito feliz lá”.

SURPRESA – Já se vão alguns meses desde aquela ligação. Mas ela marcou Suzana de um modo que ela jamais se esquecerá. “Acho que tem mais de 12 anos que estou esperando receber a minha casa própria. Fiz inscrição no Minha Casa, Minha Vida logo que começaram os cadastros aqui. Eu recebi a notícia por de uma ligação. Eles me ligaram e me contaram que eu tinha sido selecionada. Eu me senti feliz demais. Estava esperando o momento para ter minha casa própria e foi uma surpresa enorme”, recorda.

Natural de Vitória (ES), Suzana, 39 anos, é mãe de Samyra, 21 anos, Pedro Henryque, 17, Karen, 14, e Aylla, 4. Ela trabalha no restaurante Atlântico, no Bairro de Fátima, em Aracruz, e, assim como Barbara, teve a chance de conhecer a unidade para onde se mudará em breve no Residencial Barra Riacho.

“Eu fui lá na semana passada. Achei minha casa muito boa. Sala, dois quartos, um banheiro e uma cozinha. Tem uma estrutura boa e fica em uma localização ótima também”, avalia.

Nem seus filhos e nem o marido, Edson, que trabalha em uma fábrica de tecidos, ainda tiveram a chance de visitar a nova casa. Mas todos estarão com ela no evento desta segunda-feira. “Eles vão comigo. Ficaram felizes e estão empolgados. Meu pai e meus irmãos também ficaram felizes e está todo mundo com vontade de conhecer a casa nova”, revela.

ALÍVIO FINANCEIRO – Além da realização do sonho da casa própria, as unidades que Barbara e Suzana receberão do Minha Casa, Minha Vida darão um alívio importante no orçamento das duas famílias.

Coincidentemente, ambas pagam R$ 650 de aluguel. Assim que se mudarem, a prestação do Minha Casa, Minha Vida para as duas ficará entre R$ 80 e R$ 120. “Vai mudar muita coisa. Além da casa própria, vai sobrar um dinheiro no caixa. Vai melhorar bastante a minha vida e a dos meus filhos”, comemora Suzana.

NATAL E CARDÁRPIO – Com boas novidades a caminho, Barbara e Suzana, que fazem aniversário no mesmo mês, em dezembro, já fazem planos para o início da nova etapa. Barbara não vê a hora de se mudar e espera viver um Natal repleto de alegria.

“Eu quero me mudar o mais rápido possível. Vai ser um sonho comemorar o Natal dentro da minha casa. Vai ser tudo de bom. É um presente que já ganhei antes do Natal”.

Já Suzana planeja um cardápio da melhor qualidade para o almoço de inauguração da nova residência. “Vamos fazer um almoço bem gostoso. Ainda não pensei no cardápio. Pode ser um bobó de camarão ou uma peixada ou até um churrasco. Ainda vou decidir. Mas com certeza vai ser um almoço muito especial”.

O PROGRAMA – O Minha Casa, Minha Vida foi retomado pelo Governo Federal, sob a gestão do Ministério das Cidades, no dia 14 de fevereiro de 2023 e aprovado pelo Congresso Nacional em 13 de junho. O maior programa de habitação do Brasil tem como meta contratar dois milhões de novas unidades até 2026. O Ministério das Cidades já entregou mais de 12 mil unidades habitacionais e foram autorizadas as retomadas de obras de mais de 19 mil outras. A previsão é de que até dezembro sejam entregues 21 mil unidades e retomadas as obras de 35 mil.

Em Aracruz, a entrega das unidades do Residencial Barra Riacho I a VI, onde Barbara e Suzana viverão, será feita pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. O valor investido para a conclusão das 537 unidades no Espírito Santo é R$ 37,5 milhões e foi custeado com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).

Em 2023, a meta é de que sejam contratadas 130 mil unidades no FAR, 16 mil na modalidade MCMV Entidades, 30 mil no MCMV Rural e a meta é contratar mais de 450 mil unidades financiadas com Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em todas as faixas de renda até o final do ano.

Por: Planalto