Economia

Banco Central atualiza números sobre o endividamento de risco

Número de tomadores de crédito alcançou a marca de 105 milhões de pessoas, 20 milhões a mais do que em março de 2021

30/11/2023 12:43
Banco Central atualiza números sobre o endividamento de risco
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Em março de 2023, havia 15,1 milhões de endividados de risco no Brasil, 14,2% do total da população tomadora de crédito dentro do Sistema Financeiro Nacional (SFN) – aumento de 4,3 pontos percentuais (p.p.) em comparação com março de 2021. Já o número de tomadores de crédito alcançou a marca de 105 milhões de pessoas, 20 milhões a mais do que em março de 2021. A nova edição da “Série Cidadania Financeira”, publicação do Banco Central (BC) que visa reunir e disseminar conhecimentos de cidadania financeira desenvolvidos no âmbito institucional, atualiza e aprofunda o estudo do endividamento de risco iniciado em 2020 pelo BC, avaliando mudanças ocorridas após a pandemia de covid-19. O trabalho inédito, que pode ser acessado aqui , também aperfeiçoa a mensuração dos indicadores para a população estudada.
 
Considera-se endividado de risco o tomador de crédito que atende simultaneamente a dois ou mais dos critérios relacionados a seguir: inadimplência, comprometimento da renda mensal com o pagamento de dívidas acima de 50%, exposição simultânea a cheque especial, crédito pessoal sem consignação e crédito rotativo, e renda disponível mensal (após o pagamento de dívidas) abaixo da linha de pobreza.
 
A série mostra que a proporção de endividados de risco cresceu desde 2021, atingindo o valor máximo na série histórica. Além disso, os endividados de risco estão mais concentrados nas regiões Norte e Nordeste, na população feminina, no público de maior idade e de menor renda. Observa-se ainda heterogeneidade na distribuição e na concentração de endividados de risco entre os diferentes segmentos financeiros.
 
A maior parte dos endividados de risco mantém relacionamento com o segmento bancário tradicional, mas as instituições de crédito são as que apresentam, em média, as maiores concentrações de clientes nessa situação em suas carteiras. “Quando comparados com os cidadãos não endividados, os endividados de risco apresentam maior concentração nas modalidades de crédito consignado, cartão de crédito e crédito pessoal”, aponta Diogo Cruz, chefe de subunidade do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira (Depef) do BC.
 
“O trabalho também cruza dados do endividamento de risco com pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em parceria técnica com o BC, por meio da aplicação de um questionário sobre aspectos relacionados à saúde financeira do brasileiro. As análises realizadas avaliam a autopercepção da situação financeira do cidadão sobre sua saúde financeira, comparando-a com os dados reais de crédito utilizados na metodologia do endividamento de risco”, explica Diogo.
 
Ao se analisar a saúde financeira de indivíduos marcados como endividados de risco, foi possível verificar que o endividamento de risco tem relação com piores níveis de bem-estar financeiro, com níveis de poupança mais baixos e com menor capacidade de planejamento.
 
Para conhecer o novo estudo sobre o perfil dos endividados de risco no país, acesse a nova edição da “Série Cidadania Financeira” aqui .
 
Série Cidadania Financeira

A publicação faz parte da “Série Cidadania Financeira”, conjunto de estudos com o objetivo de promover o adequado gerenciamento de recursos financeiros pelos cidadãos, a partir do exercício de seus direitos e deveres, e dos pilares inclusão financeira, educação financeira, proteção do consumidor de serviços financeiros e participação do cidadão no diálogo sobre o sistema financeiro. Os estudos são desenvolvidos por pesquisadores do BC individualmente ou em coautoria com colaboradores externos.
 
O trabalho apresentado nesta edição traz atualização do estudo original denominado “ Endividamento de Risco no Brasil ”, publicado em junho de 2020, e está inserido na iniciativa do pilar Educação da Agenda BC# : “propor ações de apoio ao superendividado”.

Por: Banco Central do Brasil 
Link: https://www.bcb.gov.br/detalhenoticia/752/noticia
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte