Brasil adota medidas para evitar que gripe aviária se alastre na Antártica
País limita o número de pesquisadores durante visitas às colônias de aves e casos suspeitos da doença deverão ser informados para providências imediatas
O Comitê Nacional de Pesquisas Antárticas (Conapa) vai seguir um protocolo de recomendações definidos pelo Programa Antártico Brasileiro (Proantar) em relação à gripe aviária na Antártica. A gripe aviária foi detectada em aves marinhas da região pela primeira vez há algumas semanas. A preocupação é que o vírus represente uma ameaça a pinguins e outras espécies locais. A decisão do Conapa, coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), ocorreu durante reunião nesta semana.
O protocolo de recomendações vai ser adotado durante as atividades de pesquisa da 42ª Operação Antártica brasileira, uma das mais complexas e extensas operações para apoiar a presença e as pesquisas brasileiras no âmbito do Proantar, que teve início em outubro.
“O Brasil tem acompanhado as discussões sobre o assunto e o papel do comitê é adotar uma série de medidas para evitar que essa incidência da gripe aviária se alastre na região. O protocolo vai ajudar a monitorar a doença e definir ações a serem implementadas de acordo com as características físicas e geográficas da Antártica”, aponta o diretor de Programas Temáticos do MCTI, Leandro Pedron.
Entre as medidas está a limitação de pessoal durante as visitas às colônias de aves ao essencial para o desenvolvimento das pesquisas. Além disso, os pesquisadores deverão informar à subcomissão do Proantar os casos suspeitos de gripe aviária para que providências cabíveis sejam adotadas.
De acordo com os integrantes do Conapa, o protocolo de recomendações seguido pelo Brasil está de acordo com o que estabelece o Comitê Científico Internacional para Antártica (SCAR, na sigla em inglês).
O Conapa
Criado em 2021, o Conapa define as diretrizes científicas do Brasil na Antártica. O comitê contribui para as ações nacionais no âmbito do Tratado Antártico e a manutenção do Brasil como país consultivo com o desenvolvimento de pesquisas de qualidade na região. O MCTI, por sua vez, é responsável pela gestão da ciência de excelência para manutenção do Brasil no Tratado Antártico.
Além dos representantes dos órgãos governamentais, integram o Conapa cientistas brasileiros com reconhecida atuação, competência e produção científica em estudos antárticos, abrangidas as áreas científicas em que o País atua na Antártica.
Em maio deste ano, o Conapa elaborou o Plano Decenal para a Ciência Antártica do Brasil (2023-2032), que estabelece as diretrizes para a pesquisa brasileira no continente antártico na próxima década. Na oportunidade, o MCTI anunciou edital no valor de R$ 30 milhões para financiar o próximo ciclo de pesquisa na Antártica.
O Plano Decenal para a Ciência Antártica foi elaborado com ampla participação da comunidade científica para estabelecer os objetivos e os resultados esperados da pesquisa brasileira na Antártica. O novo plano também ampliou de cinco para sete os programas temáticos de pesquisa. Além de Gelo e Clima, Biodiversidade Antártica, Oceano Austral, Geologia e Geofísica, Alta Atmosfera, foram adicionados os programas de Ciências Humanas e Sociais e Saúde polar.
Por: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
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