Brasil inicia luta para realizar o sonho de pódio inédito no rúgbi em cadeira de rodas
Destaque na seleção, Gabriel Feitosa, bolsista do Programa Bolsa Atleta marcou 34 tries na estreia contra Colômbia
Gabriel Feitosa de Lima possui má formação congênita nos membros superiores e inferiores, diagnosticada no momento do parto. No entanto, sobre a cadeira de rodas, ele domina as jogadas e passes, o que o confirma como o melhor jogador da Seleção Brasileira de rúgbi em cadeira de rodas por dois anos consecutivos. Aos 23 anos, o atleta sonha em levar a equipe nacional ao pódio inédito nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile.
Neste sábado (18/11), o jogador, beneficiário do Programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, marcou 34 tries, o ponto do jogo, contra a seleção da Colômbia, mas não conseguiu evitar a derrota de virada por 55 x 48.
O Brasil liderou o primeiro tempo por 14 x 12, mas a Colômbia reagiu, empatando em 14 x 14 o segundo tempo e virando a partida ao fazer 16 x 11 no terceiro, garantindo a vitória com um 13 x 9 no último tempo.
"Os Jogos Parapan são um campeonato forte. Temos os Estados Unidos e o Canadá, que são as grandes potências. Nas edições de 2019 e 2015, ficamos em quarto lugar. Agora, sonhamos com o pódio inédito. Isso é possível", projetou Gabriel.
Ele trilhou o caminho do esporte desde os três anos de idade, experimentando a natação e o vôlei sentado. No entanto, sua trajetória mudou quando um técnico de rúgbi assistiu a uma reportagem em que ele apareceu jogando vôlei sentado e convidou o jovem, então com 17 anos, a conhecer o rúgbi. Foi quando o atleta foi picado pelo "mosquitinho do rúgbi", como ele descreve.
O rúgbi em cadeira de rodas foi criado para acolher os atletas tetraplégicos. O maior sonho de Gabriel é levar o rúgbi brasileiro ao pódio das Paralimpíadas. Porém, ele sabe que o caminho para isso passa pelo pódio no Parapan. "Sabemos que é muito difícil. Então, queremos jogar bem, independentemente de qualquer resultado. E jogando bem, estaremos mais perto da medalha", analisa.
Além das batalhas na quadra, Gabriel enfrenta os desafios financeiros para se manter jogando no rúgbi em cadeira de rodas, um dos esportes mais caros do movimento paralímpico. Dessa forma, o apoio do Bolsa Atleta do Ministério do Esporte torna-se crucial para a continuidade do sonho paralímpico.
"Tenho o Bolsa Atleta, e de certa forma, é um incentivo para me manter no esporte. Essa bolsa me ajuda muito. Uma cadeira custa mais de R$ 30 mil. Gasto quase R$ 800 por mês com pneu, luva, etc. Então, é um esporte muito caro", revela.
Caminho até o pódio
Neste domingo (19/10), a equipe brasileira enfrenta a seleção do Canadá às 13h e a equipe da Argentina às 18h30. Na segunda-feira (20), o time verde e amarelo enfrenta os Estados Unidos. A última partida da fase de grupos será contra o Chile, na próxima terça-feira (21).
Por: Ministério do Esporte
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte