Câncer: diagnóstico precoce aumenta chances de cura
Até 2025, Brasil deve registrar 704 mil casos novos casos, de acordo com o INCA
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima, para o Brasil, 704 mil novos casos no triênio de 2023 a 2025. O câncer de pele não melanoma é o mais incidente, com 220 mil casos novos (31,3%), seguido pelos cânceres de mama, com 74 mil (10,5%); próstata, com 72 mil (10,2%); cólon e reto, com 46 mil (6,5%); pulmão, com 32 mil (4,6%); e estômago, com 21 mil (3,1%) casos novos.
Na próxima segunda (27), Dia Nacional de Combate ao Câncer, o alerta é para o diagnóstico precoce, já que sem ele a doença avança e caem as chances de cura. A data chama a atenção também para a importância da notificação da doença, permitindo o monitoramento da assistência e a adoção de melhores estratégias de cuidado ao paciente.
São vários os sintomas e as formas de diagnóstico
Considerado uma doença heterogênea, o câncer possui uma variedade de sinais e sintomas. Segundo o oncologista do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HU-UFPA), Bruno Melo Fernandes, a apresentação de um câncer de tecidos moles, por exemplo, pode ser totalmente diferente da de um câncer de colo de útero, mas, na maioria das vezes, os sintomas se mantêm ou pioram de maneira progressiva. “Dores, sangramentos, dificuldade de movimentação, inchaço, perda de peso ou mal-estar que se mantêm por um tempo prolongado ou pioram precisam ser investigados”, alerta.
As formas de diagnóstico variam muito e dependem da condição do paciente e do tipo de câncer. Um caminho que pode ser curto ou longo e árduo. “Alguns tumores são de fácil diagnóstico, enquanto outros são mais difíceis. Por isso, é muito importante que o paciente seja acompanhado pelo seu oncologista desde cedo, para que ele possa ter o seu diagnóstico disponível de forma rápida e sem perder tempo”, afirmou.
O HU-UFPA é uma unidade de alta complexidade oncológica que oferece toda a linha de cuidado pelo SUS, desde o diagnóstico à cirurgia oncológica.
Cirurgia, quimioterapia e radioterapia são os tratamentos mais adotados
O enfermeiro oncologista Felipe Lana Rocha, chefe da Unidade de Hematologia e Oncologia do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), explica que os tratamentos variam, sendo de forma genérica assentados em três grandes pilares: cirurgia oncológica, quimioterapia e radioterapia. A unidade hospitalar atende todos os tipos de câncer, com exceção do câncer de cabeça e pescoço.
“No mundo todo se estuda qual a melhor forma de combater o câncer, o que gera um protocolo padrão de tratamento. Então o que é feito no SUS, de forma geral, é o mesmo que se oferta nos Estados Unidos, na Índia, na Alemanha...”, explicou. Ele ressalta o papel do enfermeiro oncologista, que atua em diferentes frentes de trabalho de forma a proporcionar o tratamento adequado ao paciente oncológico, principalmente nos cuidados paliativos.
Sem o correto diagnóstico, porém, torna-se impossível o tratamento. “O mais importante não é a tecnologia, mas a detecção em tempo hábil. Mesmo que a pessoa tenha todos os recursos necessários, ao realizar um diagnóstico tardio suas chances de sobrevida caem drasticamente”, afirmou.
A prevenção exige hábitos saudáveis
Prevenir ainda é o melhor remédio, principalmente quando se fala em câncer. Até 40% dos casos da doença são resultados de hábitos de vida que podem ser alterados. “A melhor maneira de evitar o câncer é realizar exames de rastreio quando indicado, ter uma dieta saudável, praticar exercícios físicos regulares, reduzir o estresse, evitar poluição, o tabaco e bebida em excesso”, alertou o oncologista do UFPA, Bruno Melo Fernandes.
Ainda segundo o profissional, o principal risco, no entanto, é o envelhecimento, por isso mesmo a importância do acompanhamento médico regular com o avançar da idade.
Notificação é fundamental
No Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh, referência estadual em atenção oncológica, todos os casos de câncer atendidos e tratados são devidamente notificados pelo Registro Hospitalar de Câncer (RHC) da instituição. O funcionamento de um RHC e o envio regular dos dados para o IntegradorRHC são obrigatórios para os hospitais habilitados na Atenção Especializada em Oncologia do SUS.
De acordo com o último relatório do RHC/HC-UFMG, de 2022, foram 1.921 novos casos de câncer notificados. Os dados são encaminhados ao INCA para compor a base nacional, permitindo traçar o perfil epidemiológico da população atendida no Hospital das Clínicas e no Brasil, auxiliando na formulação de políticas públicas de atenção oncológica.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)
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