Encontro nacional debate educação escolar e formação de professores indígenas
O evento reúne agentes públicos e professores universitários para debater a construção de uma proposta de política de formação inicial e continuada para professores indígenas
Entre os dias 7 e 9 de novembro, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) sedia, em Brasília (DF), o “Encontro Nacional de Formadores da Ação Saberes Indígenas na Escola e do Prolind”. O evento reúne agentes públicos e professores universitários para debater a construção de uma proposta de política de formação inicial e continuada para professores indígenas.
O “Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas” (Prolind) é um programa do Ministério da Educação (MEC) com o objetivo principal de apoiar financeiramente cursos de licenciatura especificamente destinados à formação de professores de escolas indígenas. Esses cursos de nível superior são conhecidos como licenciaturas indígenas ou licenciaturas interculturais.
Na cerimônia de abertura do encontro, a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS) da Funai, Lucia Alberta, deu boas vindas a todos e ressaltou a importância da reunião técnica: “Nós temos muito o que avançar na educação escolar indígena”. Ela destacou também as parcerias com as instituições de ensino superior (IES), as quais desempenham um papel crucial na formação de professores. “Nós, da Funai, temos interesse na continuidade dessa parceria e desejamos que essas políticas de educação se tornem políticas de Estado”, pontuou.
A presidenta da Funai, Joenia Wapichana, desejou sucesso aos participantes do encontro, no sentido de pensar e desenhar políticas públicas de fortalecimento da educação e da própria formação de professores e formadores indígenas. “A formação de professores indígenas é de extrema importância quando se fala na construção de saberes, tanto para assegurar os direitos coletivos, como para valorizar e fortalecer a cultura, cosmologias e conhecimentos tradicionais indígenas, assegurando a todos uma educação multicultural”, observou Joenia.
“Nós acreditamos que é possível construir de fato uma política séria para a educação escolar indígena. Nesse momento, nós estamos apostando muito no processo de formação de professores através de todos os canais e meios possíveis”, manifestou Rosilene Tuxá, coordenadora-geral de Educação Escolar Indígena do Ministério da Educação (Secadi/MEC), destacando também a importância das parcerias com a Funai e com as IES.
Na programação do evento desta semana, estão incluídos diversos temas para debate e reflexão, como a Política Educacional Indígena, Rede Saberes Indígenas na Escola e sua reestruturação, Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, formação inicial e continuada para professores indígenas, e planejamento da Agenda de Trabalho 2024.
De acordo com dados do Censo Escolar 2022 , coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), existem atualmente 3.541 escolas de ensino básico situadas dentro de terras indígenas.
Por: Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai)
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