Ginástica Rítmica tem ouro histórico no individual e volta da hegemonia no conjunto
Bárbara Domingos conquistou o primeiro ouro do Brasil no individual geral em Pans. E ainda teve bronze com Maria Eduarda Alexandre. No conjunto, saiu a medalha dourada que estava engasgada desde 2019
Pode-se dizer que a ginástica rítmica brasileira conquistou Santiago. A seleção só perdeu em aplausos para o time chileno. Com gingado e samba no pé, as ginastas do Brasil conseguiram, nesta quinta (02/10), três importantes medalhas para a história do país na modalidade. Ao som de Garota de Ipanema, Bárbara Domingos levantou o público na sua apresentação das maças e conquistou o feito histórico para o Brasil, o inédito primeiro lugar no individual geral. Maria Eduarda Alexandre ficou com o bronze e, para terminar o dia, veio o segundo ouro, tornando o País hexacampeão das Américas no conjunto.
"Consegui meu objetivo de ser campeã, é muito gratificante porque a gente trabalhou muito bem esse ano, porque a gente tinha competições muito importantes, e os nossos objetivos foram concluídos até agora", disse Bárbara Domingos, atleta que recebe o Bolsa Atleta na categoria Internacional.
Bárbara exaltou a relevância do programa federal. "O Bolsa Atleta é muito importante para a carreira dos atletas, não só para as meninas da ginástica rítmica, mas acredito que para todos os esportes. Infelizmente, o nosso esporte é muito caro, então a gente poder ter esse incentivo não só para comprar aparelhos, mas para fazer intercâmbios, poder viajar, é muito importante também".
Ela vem de um período de superação. Há dois anos, passou por cirurgia no quadril e não conseguiu ir às Olimpíadas de Tóquio. Após recuperação, no Mundial deste ano, em Valência, na Bélgica, ela se tornou a primeira brasileira a ir a uma final individual geral e de aparelho em Mundiais. Bárbara teve o melhor resultado do Brasil no individual geral da história, o 11° lugar, posição que a fez conseguir a vaga olímpica.
Além do ouro no individual geral do Pan de Santiago, Babi diz que quer mais. "Meu objetivo é ir em busca de cinco medalhas, que são possíveis, e conseguir também o melhor resultado para o Brasil, mostrar as minhas séries da melhor forma possível e acredito que o resultado vai ser consequência de tudo isso".
Maria Eduarda Alexandre, a promessa da seleção, com apenas 16 anos, levou sua primeira medalha pan-americana: o bronze no individual. A atleta recebe o Bolsa internacional. Ela conta como o programa a ajudou na trajetória da medalha. "É um apoio muito grande, principalmente na vida de uma atleta. O Bolsa Atleta me ajuda com aparelhos novos, collants, suplementos, alimentação, é super importante para mim".
Após receber a premiação, ela estava emocionada e quase não acreditava na conquista. "Estou me sentindo muito gratificada, porque é um sonho desde 2021 vir para esse Pan, me sinto num sonho com essa medalha, porque é um privilégio estar nesse campeonato tão grande, conseguir meu primeiro bronze nos jogos adulto", afirmou.
Quem também levantou a torcida chilena ao som da cantora Pablo Vittar foi Geovanna Santos, a Jojo. Ela ficou em sexto. "Estou muito feliz de estar aqui, só tenho o que agradecer por ter essa oportunidade. Nosso objetivo sempre é dar o nosso melhor independente do resultado, ele é consequência do que a gente fizer dentro de quadra".
Conjunto de ouro
No grupo brasileiro que levou ouro no conjunto, disputaram Nicole Pircio, que recebe o Bolsa Atleta categoria Olímpica, Bárbara Galvão, Victoria Borges, Geovanna Oliveira e Gabriela Coradine, todas da categoria Internacional.
O Brasil volta a dominar as Américas. "É muita alegria, é muita gratidão. Esse ouro estava engasgado desde 2019, a gente queria voltar a nossa hegemonia e a gente conseguiu, somos hexacampeãs, então é um alívio. Temos um grande time, uma equipe extraordinária que veio fazendo um trabalho lindo esse ano, conseguimos a nossa vaga olímpica no Mundial, e estamos aí de novo campeãs das Américas", disse Nicole.
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