Igualdade racial

MCom promove Jornada da Consciência Negra, Respeito e Diversidade

Evento marca o mês da consciência negra

29/11/2023 10:07
MCom promove Jornada da Consciência Negra, Respeito e Diversidade


Como parte da campanha da consciência negra, realizada durante o mês de novembro, o Ministério das Comunicações (MCom) promoveu, nesta terça (28/11), o primeiro dia da Jornada da Consciência Negra, Respeito e Diversidade.

O evento vai até o dia 29 deste mês, e inclui a realização de debates no auditório do MCom, em Brasília (DF), além de atividades na Praça da Diversidade, que contou com roda de capoeira, feira de roupas, artesanato, obras de arte, literatura e itens culturais relacionados à cultura negra, bem como quitutes da culinária afro-brasileira e africana.

“Hoje estamos reunidos não apenas para celebrar a riqueza cultural e as conquistas extraordinárias da comunidade negra, mas também para reiterar o nosso compromisso inabalável com a igualdade, a justiça e a valorização da diversidade do serviço público”, declarou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, na abertura da Jornada. “Estamos empenhados em erradicar o racismo, a misoginia, a discriminação, o assédio moral ou religioso. É nossa responsabilidade concretizar a criação de um ambiente justo, equitativo e acolhedor para todos os que integram este órgão”, acrescentou.

Lançamento da Cartilha da Diversidade

Na ocasião, o MCom lançou a cartilha da diversidade , com informações para prevenir assédio moral no ambiente de trabalho, bem como orientações para fomentar a inclusão e o respeito à diversidade. A publicação aborda os seguintes temas: racismo, intolerância religiosa, preconceito de gênero, preconceito sexual, xenofobia, preconceito de classe, etarismo e discriminação de pessoas com deficiência.

A secretária executiva do MCom, Sônia Faustino, destacou a importância deste material para estimular a empatia no cotidiano de trabalho e dar continuidade às lutas históricas por direitos iguais. “Nós somos únicos e somos todos especiais. Só que as oportunidades não foram iguais para todos até aqui. Essa luta pela igualdade é de séculos, décadas. Mas eu acredito que hoje essa consciência está se ampliando e depende de cada um de nós”, conclamou.

Na avaliação da coordenadora-geral de Gestão de Pessoas do MCom, Alessandra Xavier Nunes, é preciso buscar ações concretas para criar ambientes inclusivos e equitativos. “Isso pode ser alcançado através de políticas que valorizem a diversidade, seja no local de trabalho, na educação, em casa, na mídia ou na comunidade em geral. E algumas formas de promover a diversidade no âmbito do MCom incluem implementar políticas de contratação mais inclusivas, oferecer treinamentos sobre conscientização e sensibilidade cultural, criar espaços seguros para discussões abertas e incentivar a representação diversificada em todas as áreas do Ministério”, detalhou.

“A cartilha simboliza não apenas um documento, mas o pacto público deste ministério com a pluralidade, com a equidade e com a inclusão. Esta cartilha será o marco inicial para a implementação de uma política de governança mais plural e inclusiva”, sintetizou o ministro Juscelino Filho.

Direitos humanos

A mesa redonda “Assédio e misoginia” contou com a participação da delegada-chefe Adjunta da Delegacia de Combate à Discriminação (DECRIN) do Distrito Federal, Cyntia Carvalho e Silva; da ouvidora do Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor), Maira Cervi Barrozo do Nascimento; e assessora do Deputado Distrital Marx Maciel, Ludymilla Santiago.

“O assédio moral, infelizmente, ainda não é um crime. Mas isso não quer dizer que ele não é punido de uma forma civil ou administrativa e trabalhista”, explicou a delegada Cyntia Silva. Ela relatou as várias características do assédio, que pode ocorrer tanto do superior hierárquico em relação a um subordinado como vice-versa, e geralmente ocorre em razão de discriminações relacionadas à cor da pele, à forma do corpo, religião, dentre outras motivações, o que causa dor intensa na pessoa que está sendo discriminada.

“O assédio sexual, por sua vez, já se caracteriza como um crime e tem esse aspecto sexual. Só é caracterizado de um superior para um subordinado. O grande problema desse tipo de crime é que a vítima não se reconhece como vítima, ou quando ela se reconhece, é muito difícil ela fazer a denúncia”, detalhou Cyntia Silva. Ela reiterou que seja lá qual for o assédio ou situação incômoda, as delegacias estão abertas para esclarecer a população.

A ouvidora do Ministério dos Portos e Aeroportos, Maira do Nascimento, informou que os ministérios já contam com um canal para receber essas queixas. “Hoje as denúncias são recebidas pelo FalaBR , e elas podem ser feitas de maneira anônima pelo site. Mas às vezes é necessário que a pessoa se identifique para fazer a apuração, mas a princípio a gente recebe a denúncia e encaminha para as corregedorias quando há envolvimento de servidor”, pontuou.

Ludymilla Santiago falou sobre os preconceitos que podem impedir que as pessoas cheguem a cargos mais altos. “Nós não somos iguais. Nós somos iguais em direitos. Precisamos entender as especificidades de cada um porque senão a gente não atende essa população. A gente vive num país racista. E até pouquíssimo tempo atrás o Brasil não se considerava um país racista”, resumiu.

Ela encerrou sua participação reforçando a importância do processo de inclusão de uma parcela vulnerabilizada da sociedade. “Os tempos também mudam. As experiências passadas, junto com as experiências presentes e futuras, é que fazem com que, de fato, a gente consiga construir uma sociedade melhor e igualitária em direitos para todas e todos”.

Veja a seguir a programação do segundo dia da jornada (29 de novembro)

14h30 às 15h30
Palestrante: Elizeu Soares Lopes – Chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério da Justiça

15h30 às 17h
Discussão sobre a importância da conscientização religiosa no local de trabalho.
Casos práticos e estratégias para promover o respeito religioso.
Moderadora: Mariana Braga - Chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério da Cultura
Participantes
Adriana Carla - Evangelics
Eloá Silva de Moraes - Coordenadora-Geral de Políticas para Comunidade Tradicionais (MIR)
Anna Karla Pereira - Chefe da Chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do MDHC

Programação da Praça da Diversidade - Praça do Bloco R - Esplanada dos Ministérios - Brasília29 de novembro
10h30 às 17h30 - Feira de roupas, artesanato, obras de arte, literatura e itens culturais relacionados à cultura negra, além de pratos e quitutes da culinária afro-brasileira e africana.

Por: Ministério das Comunicações (MCom)

 

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