Lançado projeto de reconhecimento de lugares de memória dos africanos escravizados no Brasil
A iniciativa prevê a fixação de placas da história negra em todo território nacional
Representantes dos Ministérios da Igualdade Racial, Direitos Humanos e Cidadania, Educação e Cultura participaram do Lançamento do Projeto de Sinalização e Reconhecimento de Lugares de Memória dos Africanos Escravizados no Brasil.
O ato de assinatura do acordo de cooperação foi realizado nesta quinta-feira (30/11), no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), no Rio de Janeiro, e tem por objetivo dar visibilidade à história e à memória da matriz africana no país, por meio do reconhecimento de cem lugares de memória de africanos escravizados.
O projeto prevê a fixação de placas e a promoção de estudos e ações de Educação e Cultura em Direitos Humanos, nos termos da Lei nº 10.639/2003, do Programa Nacional em Direitos Humanos e do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, a ser executado em todo território nacional.
A ministra Anielle Franco destaca a importância da aplicação da educação formal e antirracista para que toda população brasileira tenha acesso fidedigno no que se refere as contribuições intelectuais, tecnológicas, literárias, sociais e acadêmicas do povo negro.
“A história oficial contada nos livros partiu da perspectiva dos colonizadores, que enxergavam o negro apenas como sujeitos passíveis de mera observação. É fundamental que o país reconheça e valorize nossas histórias, a partir de nossas próprias memórias, cultura e narrativas, esse deve ser um trabalho coletivo para aprender a real história do Brasil e a consequente superação do racismo”, pontua.
Dentro das ações que serão executadas, está previsto ainda o desenvolvimento de aplicativo de afroturismo; a publicação dos lugares de memória dos africanos escravizados no Brasil e a realização de exposições fotográficas virtuais e físicas, interativas e itinerantes. Todos esses materiais serão produzidos em versão trilíngue - português, espanhol e inglês.
Também estiveram presentes no evento representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Petrobras.
Patrimônio mundial da Unesco - Na ocasião, também foi realizado o descerramento da placa alusiva à sinalização e reconhecimento do Cais do Valongo. No último dia 20 de novembro, o MIR também assinou um outro acordo de cooperação técnica com o BNDES e MINC para a implementação de projetos culturais e ações em prol da preservação e valorização da memória e herança africana e do fortalecimento das instituições culturais na região da Pequena África e o sítio arqueológico Cais do Valongo.
Por: Ministérios da Igualdade Racial (MIR)
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