Ministra da Saúde participa do 9º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde
Evento abordou diversas formas de desigualdades e violências na saúde
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou da abertura do 9º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, na quarta-feira (1), em Recife. Organizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) – em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco e o Instituto Aggeu Magalhães da Fundação Oswaldo Cruz –, o encontro buscou compartilhar experiências e produções científicas das áreas de ciências sociais e humanas em saúde. Com o tema “Emancipação e Saúde: decolonialidade, reparação e (re)construção crítica” o evento reuniu acadêmicos, profissionais da saúde e movimentos sociais de todo o Brasil.
Na oportunidade, a ministra falou sobre a relevância e a atuação das ciências sociais e humanas na saúde e destacou a simbologia de estar à frente do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da sua formação: "Eu não sou uma ministra da Saúde não-médica, eu sou uma socióloga com atuação no campo da saúde".
"Não é uma novidade existir ciências sociais e humanas no campo da saúde. Sobretudo a partir da Segunda Guerra Mundial, quando houve todo um incentivo – muitas vezes políticas de governo – impulsionando a presença de antropólogos, sociólogos e também psicólogos para fazer o que um cientista social brasileiro chamou de tradução do discurso do campo biomédico para a população", disse a ministra.
Durante o encontro, a ministra destacou as prioridades do Ministério da Saúde; a importância da retomada do orçamento público, a partir da chamada PEC da transição; e previu que a agenda da saúde deve incluir educação em saúde e atualização profissional para os trabalhadores. Nísia também pontuou os principais desafios a serem enfrentados no Brasil: transição demográfica, crises ambientais, desigualdade racial e desigualdade no acesso às tecnologias de saúde.
Assista à participação da ministra no evento
Gestão do Trabalho
“A superação das diversas formas de violências e o enfrentamento das desigualdades exigem movimentos de diferentes setores da sociedade e políticas estruturadas, que possam combater todas as formas de racismo, sexismo, xenofobia, discriminação e intolerâncias”, disse a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Isabela Pinto, durante o evento.
Entre as principais ações do Ministério da Saúde a secretária ressaltou a efetivação do Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça, Etnia e Valorização das Trabalhadoras no SUS, lançado em março de 2023. “Temos trabalhado com secretarias municipais, estaduais, movimentos sociais e instituições de ensino para a formalização de parcerias estratégicas e a execução de ações que possam combater as diversas formas de violências no trabalho. Queremos promover ambientes seguros e relações que favoreçam o diálogo, a participação, a transparência, a ética, a valorização da trabalhadora e o respeito à diversidade”, afirmou.
A tenção primária
O encontro também destacou o processo de avaliação da atenção primária à saúde (APS) e a melhoria da qualidade e do acesso da Estratégia Saúde da Família. Nesse âmbito, Nésio Fernandes, secretário da APS, falou sobre a necessidade de se desenvolver uma avaliação abrangente. O secretário também frisou a importância do diagnóstico seguro, do tratamento adequado e do acesso equitativo à saúde. “As pessoas adoecem e, quando adoecem, precisam de garantia do cuidado. Assim, um processo nacional de avaliação pode revelar o que acontece nos territórios, nos auxiliando a fortalecer um sistema público de saúde gratuito e universal, com as características e as proposições do SUS”, disse.
Fernandes também abriu diálogo sobre o provimento e a especialização médica, a expansão da saúde bucal e os investimentos do Novo PAC Saúde para reforma e construção de Unidades Básicas de Saúde.
Por: Ministério da Saúde
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