Presidente do Ibama chega ao MT para acompanhar combate a incêndios no Pantanal
Ibama, ICMBio e governo do estado atuam na região há 45 dias
O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, chegou a Cuiabá (MT) na manhã desta quarta-feira (14) para coordenar, pessoalmente, as ações de combate aos incêndios florestais no Pantanal de Mato Grosso.
O Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema/MT), Defesa Civil estadual e o Corpo de Bombeiros (CBMT) estão definindo, conjuntamente, o Plano de Trabalho para as Ações no Pantanal. Após a reunião, o grupo de trabalho se desloca para o Porto Jofre, em Poconé (MT).
As ações estão sendo colocadas em prática um dia após o Governo Federal definir o aporte emergencial de alguns ministérios para o combate aos incêndios florestais que atingem o Pantanal do estado de Mato Grosso (MT).
Os detalhes foram acertados nesta segunda (13), durante reunião interministerial coordenada pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva. Os ministros Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional, e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, participaram da reunião.
O encontro ocorreu no Ibama. As ações contam com a participação dos ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional, da Defesa, e da Justiça. Houve o comprometimento de disponibilizar mais brigadistas, veículos, equipamentos e logística de apoio, com definição de bases fixas, pontos de apoio e novas áreas de atuação. A preocupação não se limita ao combate e controle das chamas, mas também ao resgate de fauna.
O governador em exercício do Mato Grosso, Otaviano Pivetta, também participou da reunião. O estado vai decretar situação de emergência, o que viabiliza a participação do governo federal em áreas estaduais por meio da Defesa Civil, além da transferência de recursos federais.
No Mato Grosso, as chamas se concentram no Parque Nacional (Parna) do Pantanal, na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Dorochê, nos parque estaduais Encontro das Águas e Rio Negro, e em propriedades particulares. A preocupação é com o avanço de incêndios para a região norte do Mato Grosso do Sul (MS).
Serão acrescidos à estrutura de enfrentamento dois helicópteros para transporte de brigadistas, quatro pás carregadeiras, seis barcos e kits de internet satelital.
O reforço divulgado hoje se soma ao anunciado neste sábado (11), quando foi confirmado o envio de mais 43 brigadistas e aeronaves para o combate a incêndios que atingem o norte do Pantanal. Desde o domingo (12), Ibama e ICMBio contam com 90 brigadistas e quatro aeronaves na região. O aporte dobrou o efetivo, que ainda conta com mais 209 servidores federais atuando neste e em outros locais do bioma, totalizando 299 no bioma.
No Parna do Pantanal há seis brigadistas com embarcação e equipamentos de combate; na Serra do Amolar, junto com a Brigada Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e brigadistas voluntários locais, há mais quatro com equipamentos de combate e uma UTV.
No Parque Estadual Rio Negro há 15 brigadistas da pronto emprego de Corumbá (MS) com equipamentos e ABTF e outros 20 brigadistas Terenas em áreas sensíveis e incêndio e na proteção de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPNs).
Em todo o Pantanal são 256 brigadistas, sendo 171 do Ibama. Em todo o país são 3.534 brigadistas, aumento de 12,3% em relação a 2022. Neste ano, Ibama e ICMBio já combateram 87 incêndios, sendo 37 em terras indígenas; quatro em unidades de conservação federais; 17 em assentamentos e 29 em áreas privadas.
A ministra Marina Silva confirmou que o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional fará reconhecimento imediato do estado de emergência no Mato Grosso. Ao mesmo tempo, os ministérios da Defesa, da Justiça e o MMA vão viabilizar o reforço complementar para o enfrentamento do fogo.
"A articulação com o governo estadual continua funcionando. É uma questão de emergência, não tem como a gente separar responsabilidades porque todos nós sabemos que não existe fogo municipal, fogo estadual e fogo federal. O fogo está destruindo o Pantanal", afirmou a ministra.
Desde janeiro, o governo federal se planeja para a prevenção e o combate a incêndios no bioma. Em maio, foi lançado o Plano de Ação para o Manejo Integrado do Fogo no Pantanal . A iniciativa teve participação de representantes da sociedade civil e dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O plano resultou em ações de prevenção para evitar o eventual espalhamento do fogo, como as queimas prescritas. As atividades foram realizadas em conjunto com comunidades ribeirinhas no entorno dos principais rios da região.
No primeiro semestre, o governo federal veiculou, nos dois Estados, a campanha “Pantanal Sem Incêndios” para divulgar ações de prevenção.
Em razão da extensão do período seco no bioma e de dificuldades de acesso a áreas com incêndios florestais, as equipes precisaram ser reforçadas. Há previsão de aumento da temperatura nos próximos 15 dias na região.
O Pantanal terá atenção prioritária no Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), que reúne mais de uma dezena de órgãos federais. O governo estadual foi convidado a integrar o Ciman para colaborar com as ações coordenadas pelo governo federal na região.
Por: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
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