Planalto

Presidente Lula participa da reunião de Cúpula Virtual do G20

No discurso, Lula afirmou que o eixo condutor da presidência do Brasil no grupo será a redução das desigualdades

22/11/2023 11:39
Presidente Lula participa da reunião de Cúpula Virtual do G20
Foto: Ricardo Stuckert/PR


O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou, nesta quarta-feira (22/11), na Cúpula Virtual do G20, e afirmou que os desafios geopolíticos mundiais exigem determinação e vontade política por parte de governantes e dirigentes de todos os países e organismos internacionais.

“Rivalidades geopolíticas persistem, a economia global desacelera e as consequências das mudanças climáticas se sucedem. O recrudescimento do conflito no Oriente Médio vem somar-se às múltiplas crises que já enfrentávamos”, disse.

O Presidente Lula lembrou que, em poucos dias, será iniciada a presidência do Brasil no G20 com o lema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável". Segundo ele, o eixo condutor do trabalho a frente do grupo será a redução das desigualdades. O mandato do Brasil começa em 1º de dezembro deste ano e irá até 30 de novembro de 2024.

“Estamos criando duas forças-tarefa, uma contra a fome e a desigualdade e outra contra a mudança do clima. Também lançaremos uma iniciativa para a bioeconomia. Vamos buscar resultados concretos, que gerem benefícios para os mais pobres e vulneráveis, em todo o planeta”.

O presidente ainda saudou o acordo anunciado entre Israel e o Hamas, que envolve a libertação de reféns em troca de uma trégua temporária de 4 dias e da libertação de prisioneiros palestinos.


Confira a íntegra do discurso do Presidente:


Meus amigos e minhas amigas

Quero, uma vez mais, reiterar meus cumprimentos ao primeiro-ministro Narendra Modi pelo excelente trabalho dele e de sua equipe por ocasião da presidência indiana.

Poucas semanas após o nosso último encontro presencial, o mundo está ainda mais complexo.

Rivalidades geopolíticas persistem, a economia global desacelera e as consequências das mudanças climáticas se sucedem.

O recrudescimento do conflito no Oriente Médio vem somar-se às múltiplas crises que já enfrentávamos.

Quero saudar o acordo anunciado hoje entre Israel e o Hamas, que envolve a libertação de reféns (mulheres e crianças) em troca de uma trégua temporária de 4 dias e da libertação de prisioneiros palestinos (mulheres e crianças).

Espero que esse acordo possa pavimentar o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina.

Esse conjunto de desafios vai exigir vontade política e determinação por parte de governantes e dirigentes de todos os países e organismos internacionais.

Por meio do diálogo, temos de recolocar o mundo no caminho da paz e da prosperidade.

O G20 tem um papel central a cumprir.

Em poucos dias, daremos início à presidência brasileira, que terá como eixo condutor a redução das desigualdades.

Como indiquei em Nova Délhi, elegemos três linhas de ação para estruturar os trabalhos do grupo:

(i) a inclusão social e o combate à fome e à pobreza;
(ii) a transição energética e o desenvolvimento sustentável; e
(iii) a reforma da governança global.

O lema da presidência brasileira – “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável” – reflete essas prioridades.

Estamos criando duas forças-tarefa, uma contra a fome e a desigualdade e outra contra a mudança do clima.

Também lançaremos uma iniciativa para a bioeconomia.

Vamos buscar resultados concretos, que gerem benefícios para os mais pobres e vulneráveis, em todo o planeta.

O G20 ajudará a alavancar iniciativas multilaterais em curso.

Precisamos recuperar a tripla dimensão do desenvolvimento sustentável e acelerar o ritmo de implementação da agenda 2030.

O Brasil sediará, em 2025, a COP 30: a primeira COP na Amazônia.

Queremos trabalhar no G20 para chegar lá com uma agenda climática ambiciosa que assegure a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas.

Isso só será possível abordando seriamente o endividamento, o acesso a financiamento e mecanismos progressivos de tributação.

Também vamos discutir como fortalecer a governança global para lidar com antigas e novas questões.

Uma maior diversidade de vozes precisa ser levada em conta.

É por isso que saudamos a incorporação da união africana como membro pleno neste fórum.

O Brasil tem noção do tamanho da sua responsabilidade.

A partir do dia 1º de dezembro divulgaremos o calendário e as notas conceituais que orientarão os trabalhos nas várias instâncias do G20.

Dia 13 de dezembro receberei em Brasília os representantes das trilhas política e de finanças.

Queremos fomentar maior coordenação entre ambas as trilhas.

Os grupos técnicos e as reuniões ministeriais preparatórias serão sediadas em várias cidades de todas as cinco regiões do nosso País.

Jovens, mulheres, trabalhadores, empresários, povos indígenas, parlamentares, cientistas, acadêmicos e representantes de todos os outros grupos vulneráveis precisam ser ouvidos como artífices e beneficiários do desenvolvimento sustentável.

Por isso, asseguraremos ampla participação social nos trabalhos do G20 e sediaremos uma cúpula da sociedade civil previamente à reunião dos líderes.

Terei a honra de recebê-los no rio de janeiro, em novembro de 2024.

Muito obrigado.

Por: Agência Gov


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