Parapan: Brasil tem recorde mundial no atletismo e vaga garantida em Paris 2024
Atletismo estreia com quebra de recorde de Beth Gomes e tiro esportivo se despede com vaga nas Paralimpíadas para Alexandre Galgani. Das 155 medalhas brasileiras até agora, 98% têm a digital do Bolsa Atleta
O quarto dia de competições dos Jogos Parapan-Americanos reservou emoções especiais para o Brasil. Conquistar muitas medalhas virou até rotina, mas nesta terça (21/11), o país viu Beth Gomes estabelecer um novo recorde mundial no lançamento de disco F53 do atletismo e Alexandre Galgani garantir uma vaga para as Paralimpíadas de Paris 2024 no tiro esportivo.
O Brasil somou 28 medalhas nesta terça, com 12 ouros, 7 pratas e 9 bronzes. Com isso, a liderança no quadro geral de medalhas segue mais do que tranquila: são 155 medalhas no total (67 ouros, 45 pratas e 43 bronzes). Os Estados Unidos, que estão em segundo, somam 61 medalhas (20 ouros, 17 pratas e 24 bronzes).
Das 155 medalhas que o Brasil conquistou, 152 têm a digital do Bolsa Atleta do Governo Federal, ou seja, pelo menos um bolsista teve participação nas conquistas. São 98% dos pódios brasileiros com investimento do programa.
Das 28 medalhas conquistadas pelo Brasil nesta terça, 13 vieram do atletismo. Mas, curiosamente, foi de uma prova que não teve premiação que saiu o primeiro recorde mundial quebrado no Parapan de Santiago. Aos 58 anos, Elizabeth Gomes, a Beth, alcançou a marca de 17,80m no lançamento de disco F53. A lançadora, que recebe apoio financeiro do Programa Bolsa Atleta, superou sua própria marca, que era de 17,12m. Como a prova só teve duas atletas – além de Beth, a mexicana Leticia Ochoa -, não houve premiação.
Mas para Beth o que valeu foi o recorde. "É uma sensação indescritível. Eu sonhava em quebrar o recorde mundial novamente e consegui. Essa conquista é muito importante para mim, para o esporte brasileiro e para o esporte paralímpico", comemorou a atleta.
O antigo recorde mundial do lançamento de disco F53 feminino foi estabelecido por Beth Gomes durante o Campeonato Mundial de Paris 2023, disputado em julho, na França. No Parapan, a brasileira ultrapassou a marca duas vezes: 17,26m na quarta tentativa e 17,80m na quinta.
A atleta, que começou sua trajetória no esporte aos 14 anos no vôlei convencional, enfrentou a esclerose múltipla em 1993 com coragem e determinação, encontrando no esporte paralímpico não apenas uma forma de renascer, mas um caminho para realizar seus objetivos. "Enquanto eu tiver saúde, disposição e vontade de treinar, vou continuar competindo. Eu falo para minha treinadora que eu vou até os 70 anos no atletismo", avisou.
Com o resultado, Beth Gomes é a primeira atleta brasileira a quebrar o recorde mundial da prova três vezes., Beth agradeceu, em especial, ao apoio do Programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. "O atleta não consegue viver sem ganhar dinheiro, sem poder se alimentar, sem pagar um aluguel. Então, é muito importante o programa Bolsa Atleta, que vem caminhando com a gente ano após ano. Eu só tenho a agradecer, pois fui uma das pioneiras do Bolsa Atleta, quando tudo começou", relembra.
Atualmente, Beth Gomes recebe o benefício da Bolsa Pódio. O suporte do Governo Federal garante o valor de R$ 15 mil por mês durante 12 meses, permitindo que ela mantenha o foco no esporte, garantindo melhores condições de treinamento e viagens para as competições internacionais.
Vaga em Paris
O tiro esportivo se despediu do Parapan de Santiago nesta terça (21) e, para o Brasil, o adeus teve um sabor especial. Alexandre Galgani conquistou a medalha de ouro na prova de rifle em pé da classe SH2 e garantiu a vaga nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Com a marca de 252.3, o atleta também bateu o recorde Parapan-Americano que anteriormente pertencia ao americano Mckenna Geer, 251.2.
A outra medalha brasileira do dia no tiro esportivo foi de Carlos Carletti, que garantiu a prata na prova carabina de ar 50m deitado SH1 com uma pontuação total de 238.4. Com isso, o Brasil encerrou a participação com 6 medalhas na modalidade: 2 ouros, 2 pratas e 2 bronzes.
Carol Santiago estreia com ouros
A natação brasileira teve mais um dia de brilho no Centro Aquático de Santiago. Foram 12 medalhas conquistadas por nadadores brasileiros, sendo 7 ouros, 3 pratas e 2 bronzes. Destaque para Carol Santiago, que garantiu dois ouros: nos 100m peito da classe S12 e no revezamento 4x100m livre, ao lado de Douglas Matera, Lucilene Sousa e Wendell Belarmino.
Os outros medalhistas dourados na piscina foram Talisson Glock, nos 400m livre S6, Laila Suzigan, também nos 400m livre S6, Wendell Belarmino nos 200m medley SM11, Esthefany Rodrigues, nos 50m borboleta S5, e Gabriel Santos, nos 200m livre S2.
As pratas ficaram com Mayara Petzold, nos 400m livre S6; Lídia Cruz, nos 50m costas S4; e Gabriel Cristiano, nos 100m livre S8. Bronzes para José Perdigão, nos 200m medley SM11, e Edênia Garcia, nos 50m costas S4.
Halterofilismo se despede
Outra modalidade que encerrou sua participação no Parapan de Santiago foi o halterofilismo. E o adeus teve uma medalha brasileira. A equipe mista formada por Bruno Carra, João Maria França e Mariana D’Andrea foi bronze ao vencer Cuba. Assim, o Brasil conquistou 17 medalhas na modalidade: 7 ouros, 4 pratas e 6 bronzes.
Modalidades coletivas
As seleções brasileiras de goalball avançaram para as quartas de final como líderes de seus grupos. No feminino, o Brasil vai enfrentar agora o Peru, nesta quarta (22), às 11h30. No masculino, os brasileiros encaram a Venezuela em jogo marcado para esta quarta, às 9h.
No basquete em cadeira de rodas, a seleção Brasileira feminina passou para as semifinais e disputa um lugar na decisão em partida marcada para a próxima quinta (23), contra os Estados Unidos, às 20h30. A equipe masculina vai encarar a Argentina nas quartas de final, nesta quarta, às 16h.
No rúgbi em cadeira de rodas, o Brasil conseguiu se classificar em quarto lugar e agora enfrenta o Canadá na semifinal. A partida será nesta quarta (22), às 17h.
Por: Ministério do Esporte (MEsp)
Edição: Yara Aquino
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