Reforma agrária é destaque no 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia
O presidente do Incra, Cesar Aldrighi, participou da roda de diálogos do eixo temático Campesinato e Soberania Alimentar
A reforma agrária foi um dos temas debatidos no 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), que ocorre entre os dias 20 e 23 de novembro na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira (22), o presidente do Incra, Cesar Aldrighi, participou da roda de diálogos do eixo temático Campesinato e Soberania Alimentar.
Durante a discussão sobre a reforma agrária e os direitos territoriais, o gestor falou sobre o desafio em avançar na execução das políticas públicas voltadas à população que mais diversifica a produção de comida no país e mais dialoga com a garantia de alimentos.
“A estratégia de segurança alimentar e agroecologia é feita por indígenas, quilombolas, assentados da reforma agrária e agricultores familiares. São mais de 300 terras indígenas neste país, cadastradas no sistema do Incra, em 13 milhões de hectares; são 2,7 mil territórios quilombolas identificados pela Fundação Palmares, alguns deles já demarcados com estimativa de que ocupem em torno de 5 milhões de hectares; são 32 milhões de hectares de unidades de conservação; e assentamentos da reforma agrária são mais outros 88 milhões de hectares. Somando isso tudo, dá 137 milhões de hectares. Se dividirmos isso pelo território brasileiro, nosso povo ocupa 16% do território nacional”, enfatiza Aldrighi.
O evento é organizado pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA): rede de professores, pesquisadores, estudantes, técnicos extensionistas e movimentos sociais dessa área do conhecimento. O congresso se apresenta como lugar de diálogo entre o trabalho acadêmico e a experiência prática do homem do campo.
Estande
O Incra é uma das instituições apoiadoras do evento e apresenta a Casa da Reforma Agrária, um espaço de divulgação das políticas públicas da autarquia, onde produtos da reforma agrária são comercializados pelos próprios assentados.
O agricultor Elenito Hemes Lopes, do Projeto de Assentamento Sustentável (PDS) Sepé Tiaraju, localizado no município de Serra Azul (SP), levou para o estande do Incra itens como óleo essencial de cúrcuma, açafrão da terra, chocolate 70% cacau, sais de banho, banana desidratada e hidrolato de limão, entre outros produtos.
“Tudo o que cultivamos na nossa agrofloresta transformamos em diversos produtos, processados, desidratados, da biomedicina ou biocosméticos inteligentes”, contou o assentado.
A superintendente regional do Incra/RJ, Maria Lúcia de Pontes, destacou a importância do CBA acontecer em um grande centro urbano como o Rio de Janeiro. “É fundamental darmos visibilidade não só à produção dos assentados, agricultores familiares e quilombolas, mas também ao modo de produzir dessa população, mais voltado para a sustentabilidade e a agroecologia”, afirmou.
Segundo os organizadores, o evento deve reunir mais de 7 mil pessoas, entre expositores, debatedores e visitantes. Além das atividades acadêmicas e culturais, uma feira foi montada na praça do Passeio Público, no centro da capital fluminense, com cerca de 150 barracas de agricultores vindo de todo o país.
Por: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)
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