Ministra abre Caravana “Participa, Parente!” durante a Grande Assembleia do Povo Terena, no MS
Ministra saúda mobilização indígena e formaliza compromissos de planos de gestão para duas Terras Indígenas, além de convênio para criação de curso universitário de Agroecologia
A cerimônia de abertura da Grande Assembleia do Povo Terena, que aconteceu na noite desta quarta-feira (15/11) marcou o início da Caravana “Participa, Parente!”, promovida pelo MPI para a escolha e/ou convalidação dos representantes indígenas do Conselho Nacional de Política Indigenista – CNPI. A ministra dos Povos Indígenas foi recebida pelas lideranças Terena à entrada da aldeia Cabeceira com tochas acesas que foram compartilhadas ao longo da caminhada por homens, mulheres e crianças da Terra Indígena Nioaque, juntamente com sua comitiva, formada pelo secretário executivo Eloy Terena, o secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba; a diretora de proteção territorial da Funai, Maria Janete, do coordenador-geral de Promoção do Bem Viver Indígena do MPI, Leosmar Terena, e as deputadas federais Célia Xakriabá, Camila Jara e Vander Loubet.
Falando a todos, a ministra destacou a importância da organização e participação da base indígena para apoiar seus representantes no Governo Federal, e que prioridade do Ministério é a demarcação de território. “Nós queremos fazer isso da forma mais dialogada e mais tranquila possível, porque o conflito não interessa a ninguém, não interessa à prefeitura, não interessa ao estado, e muito menos aos indígenas, que acabam sendo a parte mais fraca nessa disputa. É quem está morrendo lá no território, né? É quem sofre essa violência”, disse a ministra, lembrando que, embora o processo demarcatório não seja responsabilidade dos municípios e nem dos estados, é muito importante o entendimento e a parceria com essas instâncias para se acabar com a visão de que a demarcação é “bicho de sete cabeças”. “Nós temos que acabar com essa imagem que existe hoje no Brasil de que os povos indígenas é problema, é conflito.”
Foto: Felipe Beltrame
Durante a assembleia, a ministra assinou duas cartas de compromisso para o Plano de Gestão Territorial Ambiental da Terra indígena de Cachoeirinha, e da Terra indígena Taunay-Ipegue, ambas com o investimento inicial de R$400 mil para o ano de 2024. A ministra também formalizou um Protocolo de intenções com a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul para a promoção do intercâmbio técnico e institucional para a abertura de um curso de Agroecologia para os povos indígenas da região com previsão de bolsa para os estudantes.
O secretário executivo Eloy Terena lembrou do processo de organização do povo Terena e da importância da mobilização. “Há 12 anos, quando começaram as primeiras assembleias, fomos criminalizados, tivemos CPIs para nos derrubar. Mas vencemos e estamos no ‘tempo de fazer’. Mas as políticas só vão chegar aonde o povo está organizado. É preciso que as mulheres, os caciques e a juventude retomem seu protagonismo”, disse.
Debates e eleição no Conselho Terena
Na manhã de hoje (16/11), a assembleia do Conselho Terena foi retomada com a participação de representantes de vários povos, organizações indígenas locais e nacionais. Ao longo do dia, após diversas mesas de debates e potentes falas das lideranças indígenas presentes, houve a eleição dos representantes do Conselho Terena para o CNPI, e os escolhidos foram Sérgio Terena como titular, e a cacica Ana Batista e Luiz Fernando Kadiwéu como suplentes. Sérgio Terena agradeceu a confiança das lideranças e do povo e disse que colhia os frutos da semente que plantou 11 anos antes, quando participou da primeira assembleia de organização dos povos indígenas da região.
Por: Ministério dos Povos Indígenas (MPI)
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