Meio ambiente
Apesar de ter iniciado recuperação, nível do Rio Negro em Manaus ainda está abaixo da mínima histórica para o período
Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), indica que, na maioria das estações, os rios estão em processo de subida
11/12/2023 00:00
O Rio Negro em Manaus (AM) mantém a tendência de elevação após registrar o menor nível em 101 anos. Apesar disso, a cota ainda está abaixo da mínima histórica para o período, conforme indica o 56º Boletim de Monitoramento Hidrológico , divulgado na sexta-feira (8) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Os dados revelam que, na quinta-feira (7), o rio atingiu a marca de 14,97 m. A mediana para a data é de 19,24 m, e o menor nível alcançado anteriormente foi de 16,03 m, no ano de 2009. No ano seguinte, em 2010, a região registrou uma das piores secas da história, cujas mínimas só foram superadas neste ano.
A pesquisadora em geociências Jussara Cury explica que esse cenário de cotas abaixo da mínima é resultado da estiagem que neste ano foi severa em quase toda a bacia. Assim leva um tempo para recuperar os níveis dos rios monitorados, mas na região à montante, como é o caso do Alto Solimões já apresenta comportamento de enchente, com níveis dentro da faixa da normalidade, assim, há uma tendência de recuperação. Cury acrescenta que o aumento dos níveis também depende da consolidação do período chuvoso na região de cabeceira e de chuvas distribuídas ao longo da bacia, que no momento ainda estão abaixo da média.
De acordo com o monitoramento, o Solimões voltou a subir com intensidade em Tabatinga (AM), com elevações médias diárias de 46 cm. A cota registrada na quinta-feira (7) foi de 6,72 m. Em Itapéua (AM) e em Manacapuru (AM), a subida observada foi de 7 cm por dia. Por ser uma região de cabeceira, a tendência é de que o comportamento influencie outros pontos da bacia.
O SGB também observou subidas no Rio Acre. Na estação da capital Rio Branco (AC), a cota é de 3,47 m, e em Beruri (AM), de 7,61 m, após subidas da ordem de 7 cm diários. Em Porto Velho (RO), o Rio Madeira começou a semana com subidas e depois oscilou, alcançando a marca de 6,03 m. Em Humaitá (AM), o Madeira subiu 32 cm em três dias. A última cota registrada foi de 14,81 m.
Ainda segundo o boletim, o Rio Amazonas subiu uma média diária de 7 cm no Careiro da Várzea e 5 cm em Itacoatiara. Já em Óbidos e Santarém, o Rio Amazonas iniciou a semana com descidas e voltou a subir nos registros mais recentes.
Já nas estações do Rio Branco, em Boa Vista (RR) e Caracaraí (RR), foi observada redução dos níveis, que são considerados baixos para o período. Segundo o monitoramento do SGB, o rio atingiu as marcas de 47 cm e 1,08 m, respectivamente.
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Por: Serviço Geológico do Brasil
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