Bancos de fomento anunciam R$ 50 bilhões para integração de infraestrutura sul-americana
Iniciativa apresentada na Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, envolve BNDES, CAF, BID e Fonplata para investimentos na conexão da região
O Governo Federal anunciou nesta quinta-feira, 7 de dezembro, durante a Cúpula do Mercosul, a iniciativa “Rotas para a Integração”. O programa terá cerca de R$ 50 bilhões (US$ 10 bilhões) de bancos de fomento para constituir uma rede de rotas de integração e desenvolvimento sul-americano.
A integração regional deve ser parte das soluções para enfrentar os desafios compartilhados, da construção de um mundo pacífico e fortalecimento da democracia”
Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento
A ideia é reduzir distâncias, aprimorar logística, facilitar conexões e ampliar a produtividade. As obras envolvem infovias, hidrovias, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e linhas de transmissão de energia elétrica.
Os investimentos virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco de Desenvolvimento (Fonplata).
“É o maior fundo financeiro da história da integração do Mercosul”, definiu o presidente do BNDES , Aloizio Mercadante. “Melhorar a infraestrutura vai permitir adensar cadeias produtivas regionais”, completou.
CONSULTAS - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, apresentou as cinco rotas previstas no plano de integração da América do Sul, delimitadas após cinco meses de consultas aos estados fronteiriços e a partir de obras do Novo PAC. São elas: Ilha das Guianas, Manta-Manaus, Quadrante Rondon, Capricórnio, Porto Alegre-Coquimbo.
Tebet destacou que os estados fronteiriços com países sul-americanos são divididos por apenas uma floresta, rio, ponte ou avenida. “Somos países irmãos, sul-americanos, embora com diversas línguas, somos um só povo”, afirmou, ao lado dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Santiago Peña (Paraguai) e Luis Arce (Bolívia).
O foco da atuação conjunta será em projetos estratégicos de infraestrutura de integração, incluindo o apoio tanto por meio da disponibilidade de linhas de financiamento como por meio da estruturação de projetos.
A iniciativa também poderá promover o financiamento de projetos de integração nas áreas social, ambiental e institucional. “A integração regional deve ser parte das soluções para enfrentar os desafios compartilhados, da construção de um mundo pacífico e fortalecimento da democracia”, ressaltou a ministra.
DNA – Para Sérgio Diaz-Granados, presidente-executivo do CAF, a integração regional é um elemento que faz parte integrante do DNA do CAF. “Gerar e construir esse acordo só foi possível porque concordamos pela necessidade urgente de construir condições efetivas de infraestrutura para fortalecer a integração sul-americana”, afirmou Diaz-Granados.
O presidente do BID, Ilan Goldfajn, afirmou que o banco pretende mobilizar aproximadamente R$ 15 bilhões em assistência financeira e técnica para projetos de infraestrutura em apoio à integração da América do Sul. “Estamos empenhados em impulsionar a região para um robusto desenvolvimento de sua infraestrutura”, disse Goldfajn.
A presidente do Fonplata, Luciana Botafogo, destacou que a ampliação da integração regional vai ampliar o potencial conjunto dos países “e gerar novas oportunidades comerciais e de investimentos que fortalecem as economias nacionais.” O Fonplata disponibilizará até US$ 600 milhões (R$ 3 bilhões) para a iniciativa entre 2024 e 2026.
MERCOSUL — Durante a Cúpula do Mercosul, o presidente Lula afirmou que juntos os países da região são mais fortes . Ele destacou como ponto importante da Presidência brasileira a conclusão do acordo de livre-comércio com Singapura e a adesão da Bolívia como conquistas significativas. Após o encontro entre os líderes, o Brasil passou a Presidência ‘pro tempore’ do bloco para o Paraguai. Os países do Mercosul divulgaram um comunicado conjunto . No documento, comemoraram a retomada da Cúpula Social realizada presencialmente nesta semana pela primeira vez desde 2016. Também revisaram o trabalho realizado durante o segundo semestre de 2023, em temas como comércio, infraestrutura e energia.
Por: Planalto
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