BC terá participação fundamental na presidência brasileira do G20
País será responsável pela organização de mais de cem reuniões técnicas. O tema do G20 brasileiro é “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”
Desde 1º de dezembro, o Brasil passou a presidir o G20, fórum de cooperação econômica internacional que reúne dezenove das principais economias do mundo, além da União Africana e da União Europeia. Essa é uma oportunidade de o país colocar em pauta assuntos que considera prioritários. Durante esse mandato, o Banco Central terá papel de liderança na condução de trabalhos da Trilha de Finanças.
Na reunião de instalação da Comissão Nacional do G20, em 23 de novembro, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou que a presidência do fórum é um dos eventos internacionais mais importantes que o Brasil vai assumir a responsabilidade de coordenar.
O país será responsável pela organização das mais de cem reuniões técnicas e conferências ministeriais que culminarão na 19ª Cúpula do G20, que será realizada em novembro de 2024, no Rio de Janeiro. Alguns dos eventos serão virtuais, mas a maioria será presencial, em várias cidades do Brasil.
O G20 está organizado em duas trilhas de atuação paralela, que conversam entre si. A Trilha de Sherpas, comandada pelo Itamaraty, trata de temas como emprego, educação e saúde. Já a Trilha de Finanças, com assuntos macroeconômicos estratégicos, é conduzida pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central do Brasil.
Nas trilhas, há diversos grupos de trabalho temáticos, que se reúnem regularmente, e o Brasil, em sua posição de presidente, tem o papel de propor prioridades para cada grupo e levá-las para discussão entre os membros e os organismos internacionais. O consenso é necessário em todo o processo de trabalho do G20.
Prioridades brasileiras
Sob o lema "Construindo um mundo justo e um planeta sustentável", a presidência brasileira do G20 será pautada por três grandes prioridades:
- combate à fome , à pobreza e à desigualdade;
- três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental); e
- reforma da governança global.
Troika
A presidência do Grupo é apoiada pela Troika, trio de membros composto pelas presidências do ano anterior, do próximo ano e do ano atual. Em 2023, o Brasil integrou a Troika da presidência indiana, juntamente com a Indonésia. Ao longo desse período, o BC participou das reuniões de grupos de trabalho e ministeriais da trilha de finanças. Essa participação viabilizou o acompanhamento dos temas, o estabelecimento de contatos e a troca de informações com demais membros, o que tem se mostrado valioso na organização da presidência brasileira. Além disso, foi possível a discussão das propostas de prioridades brasileiras durante as reuniões presenciais com outros membros do G20, copresidentes dos grupos de trabalho e organismos internacionais.
Durante 2024, a Troika será composta por Índia, Brasil e África do Sul.
Trilha de Finanças
A Trilha de Finanças possui sete grupos técnicos: Economia Global, Arquitetura Financeira Internacional, Infraestrutura, Finanças Sustentáveis, Taxação Internacional, Inclusão Financeira e Assuntos do Setor Financeiro Internacional. Além desses, conta com uma Força-Tarefa Conjunta de Finanças e Saúde.
“No Grupo Técnico de Arquitetura Financeira Internacional, por exemplo, discutiremos fluxos de capital e os impactos da integração de moedas digitais emitidas por bancos centrais e sistemas de pagamentos instantâneos, assuntos que interessam muito ao Banco Central do Brasil. Vamos debater como esses tópicos vão influenciar os sistemas monetário e financeiro internacionais, e o que a gente pode prever e adiantar sobre o tema. Além disso, falaremos sobre a governança de bancos multilaterais de desenvolvimento, como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Novo Banco de Desenvolvimento”, explica Marcos Guimarães, analista no Departamento de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil.
Trilha de Sherpas
Trilha de Sherpas possui quinze grupos de trabalho: Agricultura, Anticorrupção, Cultura, Desenvolvimento, Economia Digital, Redução do Risco de Desastres, Educação, Emprego, Transições Energéticas, Sustentabilidade Climática e Ambiental, Saúde, Turismo, Comércio e Investimentos, Empoderamento das Mulheres e Pesquisa e Inovação. Além desses grupos, serão criadas duas forças-tarefas: para o lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e para a Mobilização Global contra a Mudança de Clima. A Trilha também contará com uma iniciativa sobre Bioeconomia.
Para mais informações, acesse: http://www.g20.org/ .
Por: Banco Central do Brasil (BCB)
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