“Tecnologia é um dos instrumentos mais poderosos no sistema financeiro do futuro”, diz presidente do BC
O presidente do Banco Central afirmou, durante a Trilha Financeira do G20, que a tecnologia é aliada do sistema financeiro. Também apresentou a agenda de inovação do BC, com destaque para o Pix, o Open Finance e o Drex.
Sob a presidência do Brasil, a nova rodada de encontros das principais economias do mundo ocorreu entre segunda e sexta-feira da semana que passou, no Palácio do Itamaraty. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, discursou na sexta-feira (19/12), na Trilha Financeira do G20, e parabenizou o envolvimento do grupo em manter o fórum “eficaz e relevante”.
“O G20 é um fórum único onde países tão diferentes, no que diz respeito a estruturas políticas, estágio de desenvolvimento, distribuição de riqueza, cultura e tradições, se reúnem – cada um com igual importância ao outro nesta mesa –, para encontrar soluções globais para problemas que nos afetam a todos”, afirmou aos membros da Trilha.
Ainda segundo Campos Neto, “as inovações digitais são o centro de muitas das ações da nossa agenda estratégica. E são também uma parte importante das prioridades propostas para a Trilha de Finanças do G20”. Ele aproveitou a reunião para apresentar a agenda de inovação do BC, bem como provocar os países do grupo de potências a entrarem no debate sobre o uso de novas tecnologias no sistema financeiro.
“A tecnologia é um dos instrumentos mais poderosos na concepção de futuro do sistema financeiro”, apontou. “No Brasil, essa evolução tecnológica tem sido uma das maiores aliadas do Banco Central para garantir um sistema financeiro mais eficiente e promover a inclusão digital e financeira”, emendou.
O presidente do BC comentou, durante a reunião, sobre os principais projetos digitais brasileiros, entre eles o Open Finance, o Pix e o real em formato digital, o Drex. Em seu discurso, Campos Neto fez alusão a uma integração, no futuro, entre todas as inovações desenvolvidas pelo Banco. “No futuro, o Pix tem potencial para permitir a integração com serviços de pagamentos instantâneos internacionais, ao facilitar transações transfronteiriças, como remessas, pagamentos entre empresas e compras internacionais de bens e serviços”, explicou.
Além disso, citou o avanço dos trabalhos do G20 sobre os impactos para a estabilidade financeira no que diz respeito a temas como solução de finanças descentralizada (DeFi), tokenização de ativos e inteligência artificial. E revelou que a ideia é debater as possibilidades de uma integração transfronteiriça de pagamentos instantâneos e moedas digitais (CBDCs). “Queremos contribuir para o desenvolvimento de arcabouço sobre a governança e supervisão de arranjos transfronteiriços de sistemas de pagamentos”, completou o chefe do BC.
Brasil no G20
O País será responsável pela organização das mais de cem reuniões técnicas e conferências ministeriais que culminarão na 19ª Cúpula do G20, que será realizada em novembro de 2024, no Rio de Janeiro. Alguns dos eventos serão virtuais, mas a maioria será presencial, em várias cidades do Brasil.
O G20 está organizado em duas trilhas de atuação paralela, que conversam entre si. A Trilha de Sherpas, comandada pelo Itamaraty, trata de temas como emprego, educação e saúde. Já a Trilha de Finanças, com assuntos macroeconômicos estratégicos, é conduzida pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central do Brasil.
Nas trilhas, há diversos grupos de trabalho temáticos, que se reúnem regularmente, e o Brasil, em sua posição de presidente, tem o papel de propor prioridades para cada grupo e levá-las para discussão entre os membros e os organismos internacionais. O consenso é necessário em todo o processo de trabalho do G20.
Para mais informações, acesse: http://www.g20.org/ .
Por: Banco Central do Brasil
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