Cartilha Saúde na Favela pela Perspectiva Antirracista é lançada pela Fiocruz
Projeto “A saúde na Favela pela Perspectiva Antirracista” realizou trabalho conjunto com lideranças de quatro territórios de favelas do Rio de Janeiro para a formação de promotores de saúde
O lançamento da cartilha “Saúde na favela pela perspectiva antirracista” reuniu pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), profissionais de saúde, moradores de favelas, articuladores de promoção da saúde e militantes do Movimento Negro Unificado (MNU) no auditório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), no campus Manguinhos da Fiocruz.
O projeto “A saúde na Favela pela Perspectiva Antirracista” realizou, durante o ano de 2023, o trabalho conjunto com lideranças de quatro territórios de favelas do Rio de Janeiro para a formação de promotores populares de saúde. O evento foi realizado pela Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz (CCSP), em parceria com o MNU, movimento também responsável pela produção da publicação.
Na ocasião, o documentário “Saúde antirracista na favela, é possível?” , produzido pela Fiocruz, em parceria com nove organizações da sociedade civil, foi exibido. O filme, dirigido por Edilano Cavalcante, pauta os processos de formação e construção de redes nos territórios de favelas da Vila Cruzeiro, Jacarezinho, Vila Kennedy e Mangueirinha, localizadas no Rio de Janeiro (RJ).
O vídeo apresentou a narrativa de moradoras, moradores e profissionais da saúde dos quatro territórios sobre a experiência do racismo no Sistema Único de Saúde (SUS).
Saúde e Igualdade Racial
A mesa “A saúde nas práticas antirracistas em favelas” , mediada pela integrante do MNU/RJ, Fátima Monteiro, contou com a participação de Hilda Gomes, coordenadora de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas da Fiocruz (Cedipa/Fiocruz) e com João Batista, coordenador do MNU no Rio de Janeiro.
O consenso entre os participantes é de que, de forma explícita ou velada, o racismo ainda está presente nos ambientes de trabalho, universidades, equipamentos de saúde e espaços públicos, de acordo com os debatedores. Até mesmo geograficamente é possível observar os danos do racismo enfrentados pela população negra periférica que convive diariamente com diversos tipos de violência, argumentaram.
Lançamento da cartilha
A expectativa é de que a cartilha “Saúde na favela numa Perspectiva antirracista” seja utilizada para moradoras, moradores e profissionais dos territórios. São temas do livreto: garantia de direitos e participação social através de propostas construídas pela periferia; diferenças, favelas, conjuntos habitacionais e loteamentos clandestinos: diferenças, semelhanças e contribuições a cidade; a atuação dos promotores e da população em busca de direitos da saúde; racismo e violência armada; crimes raciais; história, racismo e intolerância e saúde e violência obstétrica.
Sobre o projeto
O projeto “Saúde na favela pela perspectiva antirracista” objetiva a formação em Promoção da Saúde com acolhimento, escuta ativa, e enfoque antirracista voltada para moradores de quatro favelas do Rio de Janeiro que tenham passado por violações de direitos humanos. Também visa analisar as demandas locais frente a disponibilidade de serviços psicossociais para moradores dessas favelas na perspectiva antirracista do compartilhamento de Saberes Ancestrais, sobretudo reconhecendo e valorizando tais saberes que estão presentes nos quatro lugares de atuação do projeto.
O projeto é realizado pela Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz, em parceria com o Movimento Negro Unificado (MNU) e conta com o apoio da Biblioteca Parque de Manguinhos, do Centro de Referência Para a Saúde da Mulher (Cresam), da Associação Brasileira Terra dos Homens, do Projeto Cultural Arte Transformadora, da Igreja Batista Central do Centenário e do Centro Comunitário Irmãos Kennedy.
Por: Agência Gov
Texto: Daniella Cambaúva, com informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte