Lula quebra protocolo e se emociona em evento sobre florestas na COP 28
Presidente passa direito de discursar à ministra Marina Silva, que tem origem na floresta amazônica. Dia ainda teve bilaterais com líderes de França, Cuba e União Africana
O presidente Lula emocionou-se neste sábado (02/12), durante a participação no Evento sobre Florestas: Protegendo a Natureza para o Clima, Vidas e Subsistência , promovido durante a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas – COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
» Íntegra dos discursos de Lula e Marina Silva
Havia uma previsão de o presidente discursar, mas ele quebrou o protocolo e chegou ao palco acompanhado da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a quem fez questão de passar a palavra. Ao recordar a ligação de Marina Silva com a floresta Amazônica, Lula se emocionou.
“Eu acho que esse encontro de hoje é sem precedente da história das COPs. Vinte e oito edições da COP para que pela primeira vez a floresta viesse falar por si só. E eu não poderia usar a palavra sobre a floresta se tenho no governo uma pessoa da floresta. A Marina nasceu na floresta, se alfabetizou aos 16 anos. E acho que é justo que para falar da floresta, em vez de falar o presidente que é de um estado que não é da floresta, a gente ouça ela, que é a responsável pelo sucesso da política de preservação ambiental que estamos fazendo no Brasil”, disse o presidente, diante de aplausos dos participantes.
Igualmente emocionada, a ministra lembrou que o compromisso de Lula com a preservação e proteção das florestas começou logo no primeiro dia do terceiro mandato. “É uma grande honra estar aqui nesse fórum que trata de oceanos, de florestas, com tantas iniciativas. O presidente Lula, quando assumiu o governo, assinou dez decretos presidenciais. Desses dez, cinco eram sobre meio ambiente e maior parte sobre a proteção das florestas e dos povos originários”, recordou Marina Silva.
A ministra também ressaltou que a política ambiental adotada pelo país neste ano foi responsável por grande redução do desmatamento da Amazônia. “Já conseguimos, nos 10 primeiros meses, reduzir o desmatamento que estava numa tendência de alta assustadora. Reduzimos o desmatamento em 49,5%, evitando lançar na atmosfera 250 milhões de toneladas de CO2. Se não fossem essas medidas tomadas, teríamos um aumento do desmatamento de 54% e não uma queda de 49% nesses 10 meses”.
COMPROMISSO E TRANSVERSALIDADE – Marina lembrou que o compromisso do presidente Lula de proteger a floresta não nasceu nesta terceira passagem pelo Planalto. “No seu primeiro governo reduzimos o desmatamento por mais de uma década em 83%. Evitamos lançar na atmosfera 5 bilhões de toneladas de CO2 e fomos responsáveis por criar 80% das áreas protegidas criadas no mundo de 2003 a 2008”, frisou.
POLÍTICA AMBIENTAL – Em outro ponto, a ministra lembrou ao mundo que por determinação do presidente Lula o país adota hoje uma transversalidade no que diz respeito às políticas voltadas para a gestão da questão ambiental.
“A política ambiental do Brasil não é setorial. É transversal. Hoje há 23 ministérios trabalhando na agenda ambiental. Dezenove nesse esforço de combater desmatamento com políticas em várias áreas. O desenvolvimento sustentável que protege a floresta está protegendo biodiversidade, água, cultura, protegendo uma cosmovisão”, ressaltou.
BILATERAIS – A exemplo do que ocorreu em seu primeiro dia de compromissos na COP 28, em Dubai, o presidente Lula manteve, neste sábado, uma agenda de reuniões bilaterais com líderes internacionais. Primeiro, encontrou-se informalmente com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, na sala plenária, pouco antes da reunião do G77+China sobre Mudança do Clima.
Ao longo do dia, Lula esteve reunido também com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki. Na bilateral com Macron, Lula convidou o líder francês a visitar o Brasil e ouviu do europeu um sinal positivo. Inicialmente, a viagem está marcada para 27 de março. Os dois ainda conversaram sobre o acordo União Europeia e Mercosul e sobre o aprofundamento das relações entre Brasil e Franca nos campos da defesa, cultura e questões climáticas.
Do presidente da União Africana, Lula ouviu que os africanos celebraram a vitória do líder brasileiro como uma volta das relações do Brasil com a África. Lula ainda recebeu um convite para participar da União Africana, nos dias 17 e 18 de fevereiro do ano que vem, convite aceito por Lula. O presidente brasileiro e Moussa Faki ainda conversaram sobre a identidade cultural comum entre Brasil e África e concordaram sobre a necessidade urgente de reforma nas instituições da governança global.
Por: Planalto
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte