MME anuncia aumento da oferta de gás natural a partir do gasoduto Rota 3
Demanda no Brasil é maior do que a oferta, o que prejudica a competitividade da indústria nacional que depende desse combustível
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quinta-feira (21/12) o aumento da oferta de gás natural, a partir do ano que vem, por meio da operação do Gasoduto Rota 3. O anúncio foi feito durante reunião com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin. Essa infraestrutura de escoamento será responsável por um acréscimo de 14 milhões de m³/dia à oferta de gás, contribuindo para o desenvolvimento do setor de fertilizantes nitrogenados e outros setores industriais dependentes desse combustível.
A demanda brasileira por gás natural fica em torno de 60 milhões de m³/dia, enquanto a oferta de gás nacional é de, aproximadamente, 45 milhões de m³/dia. O gás que passará pelo Rota 3, com destino ao Polo Gaslub, em Itaboraí (RJ), é uma das soluções de curto prazo apontadas pelos ministérios de Minas e Energia (MME) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que praticamente irá igualar oferta e demanda.
"É a demonstração inequívoca de que a política do gás foi completamente abandonada nos últimos anos, no Brasil . Nós temos pouca oferta e, consequentemente, preços que nos tornam muito pouco competitivos e deixam nossa indústria química e de fertilizantes ociosa. Sabemos que a grande obsessão do nosso governo é gerar emprego e renda, oportunidade e crescimento nacional", destacou Silveira.
A reunião também contou com a participação do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na qual foram apontadas outras soluções que aumentarão a oferta no médio prazo. Uma delas são os investimentos da BM-C-33, que conta com uma parceria entre Equinor, Repsol Sinopec Brasil e Petrobras, que deve contribuir com mais 16 milhões de m³/dia. Também são considerados o aumento da parceria de fornecimento de gás pela Bolívia e aquisição do campo de Vaca Muerta, na Argentina.
"O governo está discutindo as formas de darmos eficiência a dois temas que são muito debatidos no mundo hoje, que são a segurança energética e a segurança alimentar. O Brasil, como um país vocacionado à produção de alimentos para alimentar não só o seu próprio povo, mas parcela significativa do planeta, tem a necessidade da segurança de suprimento dos fertilizantes, tanto nitrogenados quanto os demais fertilizantes, já que nós somos extremamente dependentes", avaliou o ministro.
Silveira defendeu, ainda, a ampliação do rol de atribuições da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA). Atualmente, a estatal negocia a parcela de petróleo e gás natural da União dos contratos de partilha de produção que exploram no polígono do pré-sal. Por não contar com infraestrutura de escoamento e armazenagem, a empresa vende o óleo e gás natural "na cabeça do poço", ou seja, comercializa diretamente com as petroleiras.
A ideia, segundo o ministro, é de que a PPSA possa ser uma indutora da oferta de gás natural no Brasil. Atualmente, a PPSA tem em torno de 120 mil m³/dia, e, a partir de 2027, inicia uma rampa de oferta de gás de 1,8 milhões de m³/dia, com a previsão de atingir 3,5 milhões de m³/dia em 2029.
Por: Ministério de Minas e energia (MME)
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte