Painel El Niño traz previsão de chuvas acima da média nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, mas seca persiste em Norte e Nordeste
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A nova edição do boletim Painel El Niño 2023-2024 está disponível no site da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A publicação atualiza mensalmente as informações sobre o monitoramento, previsões e impactos do fenômeno climático El Niño no Brasil. O material é produzido em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD).
O El Niño é um fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento da superfície do Oceano Pacífico e alteração nos padrões de circulação atmosférica em todo o planeta. Desde junho as condições de temperatura da superfície do mar mostram um padrão típico do fenômeno, com uma faixa de águas quentes em grande parte do oceano Pacífico equatorial. De acordo com o boletim, o El Niño atual possui intensidade forte.
Conforme o boletim de dezembro, já nos primeiros vinte dias do mês, foram registradas as maiores anomalias positivas de chuva – que é diferença entre a precipitação ocorrida e a média esperada – entre o sul e oeste do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e parte do oeste do Acre, Amazonas e Pará. Os valores foram superiores a 100 mm em alguns pontos.
Segundo o Boletim, a previsão é de que o fenômeno El Niño alcance o pico de intensidade entre dezembro e janeiro, com intensidade forte nos próximos três meses e permanência até pelo menos maio de 2024. Assim, durante o próximo trimestre as condições climáticas e meteorológicas no País continuarão a ser influenciadas por esse fenômeno, com maior probabilidade de chuva abaixo do normal em parte das regiões Norte e Nordeste do país. Em Roraima, sudoeste do Amazonas, leste do Acre e sul do Rio Grande do Sul, a previsão indica maior probabilidade de chuva acima do normal. Na faixa central do Brasil – região Sudeste, e centro-sul da região Nordeste – não estão descartados episódios de chuva expressiva em algumas localidades. A previsão de temperatura indica maior probabilidade de valores acima do normal na maior parte do país.
O Painel também aborda a situação e os impactos sobre os recursos hídricos, como as condições de seca em todo o País, retratada pelo Monitor de Secas . A ferramenta da ANA indicou o avanço e o agravamento da condição de seca no Norte e no Nordeste de outubro para novembro, com destaque para o aumento da área de seca extrema no estado do Amazonas e o surgimento de áreas de seca grave na Bahia, Alagoas e Sergipe. Pela primeira vez, o mapa mostra a situação em Roraima, com todo o seu território em situação de seca e uma área significativa com seca grave.
Na Região Sul, em dezembro, foram observados níveis d’água abaixo das cotas de alerta e inundação, registrando-se inundação em apenas uma estação no rio Uruguai e permanecendo a situação de alerta na estação de Alegrete, no rio Ibirapuitã. Em Santa Catarina, os rios Chapecó e Itajaí-Açu registraram situações de alerta e atenção, respectivamente.
Na Região Norte, a vazão no rio Madeira, em Porto Velho, apresentou aumento em dezembro, sendo que em 30 de novembro encerrou a vigência da Declaração de Situação Crítica de Escassez Quantitativa dos Recursos Hídricos no Rio Madeira , emitida pela ANA. Neste mês, a usina hidrelétrica de Santo Antônio voltou a operar dentro dos limites da outorga e foram revogadas restrições de navegação no rio Madeira pela Marinha do Brasil. Entretanto, as vazões naturais nas usinas hidrelétricas Serra da Mesa e Tucuruí, no rio Tocantins, estão 78% e 73% abaixo da média para o mês, respectivamente. Já o armazenamento nos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) reduziu de 60,9% para 56,9% e os principais reservatórios da região Nordeste também perderam armazenamento, atingindo volume equivalente de 41,9%.
O Painel El Niño 2023-2024 é disponibilizado mensalmente em https://www.gov.br/ana/pt-br/sala-de-situacao/todos-os-boletins-mensais-1/todos-os-boletins-mensais/todos-os-boletins-mensais com as informações mais atualizadas acerca do fenômeno para, assim, apoiar os órgãos federais e estaduais na tomada de decisões. O documento é resultado do trabalho realizado em parceria pelos órgãos nacionais responsáveis pelo monitoramento, regulação do uso das águas, gestão de riscos e previsão do clima e tempo.
Plano de Contingência
Tendo em vista os impactos do El Niño sobre os recursos hídricos e usos múltiplos das águas, a ANA elaborou um Plano de Contingência, aprovado pela Diretoria Colegiada em junho de 2023. As medidas que já foram implementadas são a instalação as Salas de Crise das Regiões Norte e Nordeste. Além disso, foi dada continuidade à Sala de Crise da Região Sul. As reuniões envolvem a participação de diversas instituições envolvidas na gestão de recursos hídricos e riscos de desastres e são transmitidas simultaneamente pelo canal da ANA no YouTube .
Por: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
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