“Vamos fazer este país voltar a crescer”, diz Lula em ato para criação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia
Parceria entre Governo Federal, Estado da Bahia e Senai Cimatec viabiliza empreendimento que será dedicado ao fomento do ensino, de pesquisas avançadas e da inovação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira, 18 de janeiro, da assinatura do acordo de parceria firmado pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica, com o Estado da Bahia e o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Cimatec), para a criação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia.
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"Vir aqui anunciar o lançamento de um Parque Tecnológico Aeroespacial não é uma coisa qualquer. É preciso entender que a gente foi colocado no mundo para teimar, para a gente não aceitar nada impossível. E nós vamos fazer este país voltar a crescer, vamos fazer este país gerar emprego, vamos aumentar o salário mínimo, vamos melhorar a educação fundamental, o ensino médio, fazer mais universidades e mais cem institutos federais neste país"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“Vir aqui anunciar o lançamento de um Parque Tecnológico Aeroespacial não é uma coisa qualquer. É preciso entender que a gente foi colocado no mundo para teimar, para a gente não aceitar nada impossível. E nós vamos fazer este país voltar a crescer, vamos fazer este país gerar emprego, vamos aumentar o salário mínimo, vamos melhorar a educação fundamental, o ensino médio, fazer mais universidades e mais cem institutos federais neste país", afirmou o presidente Lula durante a cerimônia na capital baiana, Salvador.
O empreendimento vai promover o desenvolvimento regional da indústria aeroespacial. O Parque Tecnológico será instalado, futuramente, na Base Aérea de Salvador — em área de 893 mil metros quadrados cedida pela União ao Senai Cimatec, que será a instituição responsável pela gestão da unidade. O espaço será dedicado ao fomento do ensino, à realização de pesquisas avançadas e à promoção da inovação no campo aeroespacial.
“Desde que a coroa portuguesa chegou aqui no Brasil ou desde que descobriram o Brasil, possivelmente o Nordeste tenha, nesta metade do século 21, a chance de ter um potencial de desenvolvimento igual a qualquer estado do país”, sinalizou Lula.
A expectativa é que sejam investidos R$ 650 milhões na construção do parque e um valor equivalente em equipamentos e laboratórios. A unidade vai atuar em quatro segmentos: mobilidade aérea avançada, aeronáutica, defesa e espaço. Entre os temas a serem trabalhados dentro dessas áreas, estão: sistemas avançados de voo e de controle de tráfego aéreo; sistemas de engenharia aeroespacial, novas tecnologias de energia e propulsão (SAF) e cibersegurança aeroespacial.
“O mercado global desse setor é estimado em US$ 800 bilhões, em 2023, mas com crescimento médio anual de 6,3% deve chegar a US$ 1,4 trilhão em 2032. O Brasil tem toda uma expertise, tradição e hoje é um grande player global. E, obviamente, a gente quer contribuir para expandir isso ainda mais”, disse o diretor-geral do Senai Cimatec, Leone Andrade.
AVANÇOS — A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, considera que a iniciativa vai impulsionar a interlocução entre a produção científica e o setor produtivo brasileiro. Ela destacou um dos projetos do Parque que visa a criação de um sistema de drone, com subvenção da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Os investimentos que estamos fazendo na Finep são graças a uma decisão, logo no primeiro trimestre, do presidente Lula, antes até de assumir, de recompor integralmente o Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia, porque o governo anterior bloqueou esses recursos até 2026”, afirmou.
Luciana Santos também abordou iniciativas tecnológicas promovidas ao longo do primeiro ano da atual gestão federal. “No ano de 2023, nós investimos R$ 1 bilhão no setor aeroespacial. Com isso, nós vamos atingir várias áreas de conhecimento na indústria aeroespacial: propulsão aeroespacial, defesa cibernética. Abrimos vagas para hacker do bem, para 30 mil brasileiros e brasileiras. Já tem 54 mil inscritos, revelando que quando a gente oferta e oportuniza, o brasileiro e a brasileira vêm”, disse.
Já o ministro da Defesa, José Múcio, ressaltou que o Parque Tecnológico vai diminuir as desigualdades sociais do Brasil, em especial na região Nordeste, abrindo novas oportunidades para a população. “Com essa iniciativa, estamos construindo um futuro melhor, onde educação, ciência e tecnologia estão a serviço da nossa segurança, da nossa economia e do nosso povo”, afirmou.
Por sua vez, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, enalteceu o projeto e citou os fatores decisivos para a viabilização. “Para que nós pudéssemos chegar hoje nesta agenda, um trabalho foi feito com o Senai Cimatec, recursos públicos, recursos do Governo Federal, mas também foi feito um trabalho, aqui na Bahia, em especial, com as universidades públicas. Se nós não tivéssemos um parque de universidades federais e institutos, dificilmente nós poderíamos ter uma base de professores e pesquisadores para poder alavancar um projeto como este", explicou.
NOVO PAC — Ainda no evento, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, apresentou o planejamento do Novo PAC para a Bahia. A previsão, até o momento, é de um investimento total de R$ 89,5 bilhões, incluindo projetos de parcerias público-privadas, concessões e de orçamento público da União, além de recursos do governo estadual. Desse total, R$ 50,2 bilhões são investimentos exclusivamente voltados ao estado e R$ 39,3 bilhões são regionais. “Teremos, até o final do mês, o resultado da seleção do PAC que envolveu municípios e estados. Então, novos investimentos serão anunciados”, antecipou.
Por: PlanaltoA reprodução é gratuita desde que citada a fonte